Sentir dor no calcanhar logo ao acordar é mais comum do que parece, principalmente para quem passa longas horas em pé, pratica atividades de impacto ou enfrenta algum desequilíbrio na pisada. Embora muitas pessoas ignorem o desconforto e sigam o dia acreditando que vai “passar sozinho”, esse sintoma pode sinalizar o início da fascite plantar, uma inflamação na fáscia que sustenta o arco do pé.
“A fascite plantar costuma dar sinais claros e o mais típico é a dor forte no primeiro passo do dia. O problema é que muitas pessoas acreditam que é algo passageiro e acabam deixando o processo inflamatório se instalar”, explica a enfermeira acupunturista e laserterapeuta Viviane Dias.
Fascite plantar: o que é essa inflamação que causa dor no calcanhar
A fascite plantar acontece quando a fáscia — uma faixa fibrosa que vai do calcanhar até os dedos — sofre uma sobrecarga repetitiva. Essa estrutura atua como um amortecedor natural, estabiliza a pisada e distribui o peso do corpo a cada passo. Quando recebe mais carga do que deveria, ela inflama e provoca dor, rigidez e aquela sensação de “pontada” que tanta gente relata.
Embora pareça um problema simples, a fascite plantar interfere no caminhar e, consequentemente, no bem-estar. Por isso, observar fatores que favorecem o aparecimento da dor é importante. Entre os mais frequentes estão:
- Calçados inadequados;
- Aumento repentino de atividades físicas;
- Longos períodos em pé;
- Alterações biomecânicas, como pisada pronada ou supinada.
Assim, quanto antes a pessoa reconhece o padrão da dor no calcanhar, mais rápido consegue iniciar os cuidados e evitar que o quadro avance.
O que fazer primeiro para aliviar o incômodo?
Quando a dor no calcanhar aparece, o primeiro passo é reduzir a tensão sobre a fáscia. Pequenas mudanças na rotina podem fazer muita diferença e, inclusive, evitar que a inflamação avance. Entre as orientações da especialista estão:
Evitar andar descalço em superfícies duras
Pisos frios e rígidos aumentam a tensão na fáscia e intensificam a dor. Assim, usar um chinelo macio dentro de casa ajuda a proteger o pé.
Reduzir atividades de impacto
Correr ou pular sobrecarrega o calcanhar. Nesses momentos, optar por exercícios de baixo impacto, como caminhada leve ou bicicleta, ajuda a controlar a dor.
Alongar panturrilha e fáscia plantar
Alongamentos simples, feitos com regularidade, melhoram a mobilidade do pé e diminuem a rigidez matinal, um sinal típico da fascite plantar.
Ajustar os calçados
Modelos com bom amortecimento e suporte ao arco do pé distribuem melhor o peso e aliviam a região inflamada.
Se o incômodo persistir por semanas, é hora de buscar avaliação profissional. Além de confirmar o diagnóstico, o especialista orienta tratamentos adequados e identifica fatores que podem estar contribuindo para o problema.
Quando terapias complementares podem ajudar
Embora ajustes na rotina tragam alívio, alguns quadros de fascite plantar exigem terapias que acelerem a recuperação. “A laserterapia de baixa intensidade ajuda a reduzir a inflamação e acelerar a recuperação do tecido. Ela atua diretamente na área afetada, melhorando o processo de reparação e diminuindo a dor”, orienta a especialista.
Essa abordagem, no entanto, costuma ser combinada com outras estratégias, como fortalecimento muscular, correção da pisada, cuidados com o peso corporal e revisão dos hábitos cotidianos. Além disso, terapias integradas orientam o corpo a recuperar sua biomecânica natural, reduzindo a sobrecarga e permitindo que a pessoa volte à rotina com mais conforto — sempre respeitando seus limites.
Resumo: A dor no calcanhar ao acordar pode indicar fascite plantar, uma inflamação comum em quem sobrecarrega os pés. Reconhecer os sinais logo no início ajuda a evitar a piora do quadro. Com cuidados simples — como alongar, ajustar calçados e reduzir impacto — já é possível aliviar o incômodo. Em casos persistentes, terapias complementares podem acelerar a recuperação.
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