Muito conhecida no Brasil por nomes comerciais como Novalgina, Dorflex e Neosaldina, a dipirona é um dos medicamentos mais usados no país para combater dor e febre. Só em 2022, mais de 215 milhões de doses foram comercializadas, segundo dados da Anvisa. Mas o que muita gente não sabe é que esse mesmo remédio é proibido em países como Estados Unidos, Japão e parte da Europa.
A pergunta que fica é: por que o medicamento é banido em tantas nações e continua sendo tão popular por aqui? E o Brasil deveria seguir o mesmo caminho?
Por que a dipirona é proibida em alguns países?
A principal justificativa para a proibição está em um efeito colateral raro, mas grave, chamado agranulocitose. Trata-se de uma condição em que o corpo sofre uma queda brusca nas células de defesa do sangue, o que deixa o organismo mais vulnerável a infecções. Em casos extremos, essa reação pode ser fatal.
Embora a ocorrência da agranulocitose seja considerada rara, a gravidade do quadro levou agências de saúde internacionais a adotar uma postura de precaução. Em muitos desses países, o entendimento é de que, por existirem outros analgésicos e antitérmicos disponíveis no mercado, o risco, mesmo que pequeno, não vale a pena.
Para que serve a dipirona?
No Brasil, a dipirona é usada principalmente para tratar dores de cabeça, febre, cólicas e dores musculares. Um dos seus diferenciais é o efeito rápido e potente, o que explica sua popularidade, inclusive, em ambientes hospitalares. Ela também costuma ser bem tolerada por quem tem problemas gástricos e não pode usar anti-inflamatórios como o ibuprofeno ou o ácido acetilsalicílico.
O Brasil deveria banir a dipirona?
A decisão de manter ou não a dipirona disponível depende de muitos fatores, inclusive da avaliação de risco-benefício feita por cada país. No Brasil, os órgãos reguladores consideram o remédio seguro, desde que usado corretamente e sob orientação médica. O acesso fácil, a eficácia e o baixo custo também pesam a favor de sua permanência no mercado.
É importante lembrar que todo medicamento pode apresentar efeitos adversos, mesmo os considerados mais seguros. Por isso, o uso consciente e com orientação profissional é essencial.
Como usar com segurança?
Para quem utiliza dipirona, algumas precauções são importantes:
- Evite o uso prolongado ou frequente sem orientação médica
- Fique atento a sintomas como febre persistente, infecções recorrentes ou sangramentos incomuns, que podem indicar alterações nas células do sangue
- Informe ao médico se já teve reações alérgicas a analgésicos
- Em caso de dúvida ou efeitos estranhos, interrompa o uso e procure atendimento médico
A dipirona segue sendo um remédio de uso comum e liberado no Brasil, mas, como qualquer medicamento, deve ser usada com responsabilidade e acompanhamento.
Resumo:
Embora a dipirona seja proibida em países como Estados Unidos e Japão por conta do risco de agranulocitose, no Brasil ela continua sendo amplamente usada para dores e febre. O medicamento é considerado seguro por aqui, desde que usado com responsabilidade e sob orientação médica.
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