“Tenho um filho de 10 anos e gostaria de saber a partir de que idade a criança pode ter diabetes?” M. D., por e-mail.
Infelizmente, as crianças estão tendo que lidar cada vez mais cedo com a doença. O tipo de diabetes que mais as acomete é o tipo 1, embora, com a epidemia de obesidade, o tipo 2 venha aparecendo mais frequentemente também.
É preciso entender que o diabetes nas crianças e nos adultos são tratados de maneira diferente. Por isso, a busca por um profissional que entenda a situação do pequeno é essencial – um endocrinologista pediátrico, por exemplo.
Os sintomas que exigem atenção são emagrecimento, ir várias vezes ao banheiro fazer xixi, beber muita água e cansaço. No diabetes tipo 1, o organismo não consegue produzir um hormônio chamado insulina, que é importante para tirar o açúcar do sangue e colocar dentro das células do corpo para que a gente tenha energia.
O excesso de açúcar no sangue é o que causa a doença. Para controlar o nível de açúcar, as crianças precisam medir a glicemia várias vezes ao dia e fazer reposição de insulina injetável. O teste é realizado com a coleta de uma gotinha de sangue tirada da ponta do dedo.
De acordo com o resultado, o paciente vai aplicar insulina para baixar a glicemia ou dar açúcar se estiver com glicemia baixa. Apesar de os cuidados demandarem picadas no dedo e aplicações de injeções, muito tem se avançado no tratamento.
Hoje, as seringas têm agulhas bem curtas, há também canetas de aplicação de insulina que facilitam a administração… Muitas opções que causam pouco ou nenhum desconforto.
Na parte nutricional, existe uma técnica chamada contagem de carboidratos, em que a nutricionista ensina a criança quanto de insulina ela faz para quanto de carboidrato ela come. Isso vem permitindo a quem tem a doença comer praticamente tudo.
FERNANDA ANDRÉ é endocrinologista pediátrica. Mestre em endocrinologia e especialização em endocrinologia pediátrica pela UFRJ. Título de especialista em endocrinologia pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB).