O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Esse é um tema delicado, mas falar sobre ele salva vidas. Mudanças no comportamento, como isolamento repentino, alterações de sono e alimentação, ou frases que revelam desesperança, podem ser sinais de alerta. “É preciso prestar atenção ao que muitas vezes é visto como ‘drama’ ou ‘fase’. Pequenos indícios podem revelar um grande sofrimento”, afirma a psicóloga e neuropsicóloga Tatiana Serra.
Porque falar sobre suicídio é tão importante
Conversar sobre suicídio não incentiva ninguém a se machucar. Pelo contrário, o silêncio pode ser fatal. “Quando oferecemos escuta ativa e sem julgamentos, abrimos caminhos para que a pessoa se sinta acolhida e busque ajuda”, explica Tatiana. Trazer o tema para rodas de conversa em família, escola ou no trabalho ajuda a normalizar a busca por apoio psicológico e reforça que não há vergonha em admitir dor emocional.
Redes sociais e vulnerabilidade emocional
Em um mundo cada vez mais conectado, é importante observar o impacto das redes sociais na saúde mental. Segundo a psicóloga, a pressão para se adequar a padrões irreais pode aumentar a vulnerabilidade emocional, especialmente entre jovens. “A comparação constante e a sensação de não ser suficiente estão entre os gatilhos mais comuns. Precisamos educar para o uso consciente da internet e estimular espaços de autenticidade”, orienta a especialista.
Sinais de alerta no ambiente de trabalho
O sofrimento psíquico também se manifesta no trabalho. Assédio, excesso de cobrança e falta de diálogo interno podem intensificar riscos de suicídio. “As organizações precisam investir em programas de saúde mental e criar canais de apoio ao funcionário, para que ele não se sinta sozinho em momentos de fragilidade”, reforça Tatiana.
Papel da escola na prevenção do suicídio
Durante a adolescência, a escola se torna um espaço essencial para prevenção. Professores e colegas podem ser agentes de escuta e acolhimento. “Capacitar educadores para identificar sinais de risco e criar projetos que combatam bullying são medidas fundamentais”, acrescenta a neuropsicóloga. A atenção aos pequenos sinais pode ser determinante para salvar vidas.
Como prevenir o suicídio no dia a dia
Além do acompanhamento profissional, hábitos simples podem fortalecer a saúde emocional. Escrever um diário, praticar exercícios de respiração, manter uma rede de apoio e cuidar da qualidade do sono são recursos acessíveis que ajudam a enfrentar momentos difíceis. Tatiana reforça que pessoas que buscaram ajuda e conseguiram ressignificar a dor são exemplos reais de que há saída. “Pedir ajuda não é fraqueza, mas um ato de coragem”, conclui.
Resumo: Mudanças de comportamento, isolamento, alterações de sono ou alimentação podem ser sinais de alerta para o suicídio. Conversar abertamente, oferecer escuta ativa e cuidar da saúde emocional são formas de prevenir e apoiar quem enfrenta sofrimento. O acompanhamento profissional e hábitos simples no dia a dia fortalecem a proteção emocional.
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