Você sabe como ler os rótulos de produtos alimentícios? A medida é fundamental para saber aquilo que é consumido por você e sua família. No entanto, nem sempre isso é possível. Isso porque algumas substâncias e nutrientes são camuflados, como o açúcar.
A indústria alimentícia utiliza alguns truques para ocultar os nomes de ingredientes presentes naquele alimento. Quem nunca tentou ler um rótulo e se deparou com diversos nomes totalmente incomuns? Pois é! Algumas dessas nomenclaturas, muito provavelmente, se referiam ao bom e velho açúcar.
Na verdade, nem tão bom assim. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) , o consumo máximo de açúcar deve ficar em 10% das calorias ingeridas. O percentual equivale a 50 gramas (cerca de dez colheres de chá), considerando uma dieta de 2000 kcal. No mundo ideal, o recomendado é apenas metade disso.
Mas como reduzir o consumo do açúcar se ele é camuflado nas prateleiras dos supermercados? Para isso, você vai precisar aprender como ler os rótulos dos produtos alimentícios. Ou seja, identificar a substância, ainda que ela esteja com outros nomes. Aditivos e conservantes também são escondidos.
O primeiro passo é olhar a tabela nutricional. O açúcar não tem um espaço exclusivo, e está na linha dos carboidratos. Porém, não é o único: fibras e o amido, por exemplo, também fazem parte da categoria. Ainda assim, um alto teor de carboidratos pode ser um indício de concentração de açúcares.
A lista de ingredientes é o outro local que indica a existência do composto orgânico ao consumidor. E, neste caso, a ordem importa. Os itens são listados em ordem decrescente: os primeiros têm maioria dentro daquele alimento ou produto. Ou seja, quanto antes o açúcar aparece, maior sua quantidade.
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Como identificar o açúcar oculto nos rótulos?
Agora ficou mais fácil identificar o açúcar no rótulo, não é mesmo? Na verdade, ainda não. Como já dito, os fabricantes costumam usar outros nomes para camuflá-lo. O objetivo é afastar aquele produto da substância, a fim de gerar a imagem de algo mais saudável e até light ou fitness — o que nem sempre é verdade.
Entre sinônimos, substâncias parecidas e aditivos químicos, há mais de 20 denominações distintas, mas que, no fim, querem dizer a mesma coisa. Como identificá-los? De maneira geral, o açúcar branco ou refinado, utilizado para adoçar café e receitas caseiras, é representado pelo próprio nome ou sacarose.
Em muitos casos, o açúcar tradicional é substituído por similares, como o xarope de milho, açúcar de coco, agave, mel. Estes, também utilizados para adoçar alimentos de maneira natural — o que nem sempre quer dizer saudável.
Abaixo, você encontra outras substâncias que são utilizadas para substituir o açúcar tradicional, seja no papel de adocicar os produtos, ou até mesmo apenas na nomenclatura variada. Além disso, AnaMaria explica a definição dos mais comuns:
- Frutose – conhecido como o açúcar das frutas, é um nutriente natural encontrado em diversos alimentos, como frutas, vegetais e mel. Tem um poder de adocicar maior do que o açúcar convencional. In natura, é considerado saudável, mas exageros são prejudiciais. Também são encontrados em sucos de fruta industrializados e outros produtos.
- Açúcar invertido – é um xarope quimicamente produzido a partir do açúcar comum (sacarose), que é composto de moléculas de glicose e frutose. Quando aquecido em água na presença de um ácido ou uma enzima, passa por um processo chamado hidrólise, que separa as moléculas de. O processo resulta na formação do açúcar invertido, que é amplamente utilizado na confeitaria, panificação e na produção de sorvetes para melhorar a aparência, textura e sabor dos produtos
- Lactose – é um dos tipos de açúcar mais conhecidos. A lactose é proveniente do leite e, quando ingerida com moderação, pode ser benéfica ao organismo. Por outro lado, deve ser evitada por intolerantes à lactose ou alérgicos à substância.
Intolerância à lactose: por que é tão comum em mulheres após os 50 anos? - Glicose – também chamada de dextrose, é a forma mais simples de açúcar. A glicose é encontrada em uma variedade de alimentos, como frutas, vegetais, grãos, doces e alimentos processados.
- Maltodextrina – carboidrato complexo derivado da hidrólise de amidos. É amplamente utilizada na indústria alimentícia, até mesmo em alimentos salgados, como biscoitos, congelados e alimentos instantâneos, e também na suplementação esportiva e nutrição clínica devido à facilidade de digestão, solubilidade em água e capacidade de fornecer energia rápida.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) listou outros nomes também utilizados nas embalagens: açúcar turbinado, açúcar branco, açúcar de confeiteiro, dextrina, glucose, maltose, oligossacarídeos, sacarose, xarope glucose-frutose, xarope de milho, xarope de malte, melado/melaço e outros.
Tais substâncias tendem a passar despercebidas pelos consumidores, já que não levam o nome convencional no rótulo. Entretanto, são contabilizadas na quantidade de açúcares ingeridos. Algumas carregam ainda um alto índice glicêmico, gerando rápidas e significativas alterações nos níveis de glicose (açúcar) no sangue.
Por fim, vale ressaltar que, embora seja considerado vilão na alimentação, o açúcar também traz benefícios ao corpo humano — se consumido adequadamente. É fonte rápida de energia para o corpo, libera serotonina, o que melhora o humor e promove uma sensação de bem-estar, além de oferecer minerais, como sódio, potássio, cloro, ferro, magnésio, fósforo e cálcio.
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