O modelo e ator Paulo Zulu, de 62 anos, conhecido por papéis em ‘Laços de Família’ e ‘Corações Feridos’, apareceu nas redes sociais recentemente com um olho completamente vermelho após incidente com o filho caçula, Kiron, de apenas três anos.
“Voltando com meu filho do jiu-jítsu, e falando sobre amor, ele falou que me amava do tamanho do universo e levantou a mão para cima. Ele tem a cadeirinha na frente da minha bicicleta e o dedo dele entrou no meu olho nesse canto, olha o que aconteceu”, começou ele em publicação no Instagram.
“Ficou um derrame dentro do meu olho. Mas não afetou minha visão. Tadinho, ele ficou mal, mas isso acontece”, lamentou, tranquilizando os fãs sobre seu estado de saúde. Paulo explicou que também precisou adiar alguns trabalhos programados.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, o caso é uma hemorragia subconjuntival, popularmente conhecida como derrame ocular, e apesar de impactante, não costuma oferecer riscos à visão.
Por que o olho fica vermelho?
Esse tipo de derrame ocorre quando um pequeno vaso sanguíneo se rompe e o sangue se acumula entre a conjuntiva (membrana que reveste o globo ocular) e a esclera, a parte branca do olho. A boa notícia, segundo o médico, é que “este sangue geralmente é absorvido pelo olho entre 1 e 2 semanas sem prejudicar a visão”.
Traumas como o que atingiu Zulu são uma das causas mais comuns, mas Queiroz Neto alerta que outras condições também podem provocar o rompimento dos vasos, como hipertensão, esforço físico excessivo e doenças que afetam a coagulação, como a dengue.
Quando o derrame ocular de Paulo Zulu exige atenção?
Além dos fatores já citados, o uso inadequado de lentes de contato e a falta de cuidado após cirurgias oculares também podem contribuir para o problema. Mesmo quando o caso parece simples, é essencial que o derrame ocular seja avaliado por um oftalmologista, a fim de descartar qualquer complicação mais grave.
Cuidados para acelerar a recuperação
Entre as orientações do especialista estão não coçar os olhos e evitar esforço físico intenso. Ele recomenda consumir alimentos ricos em vitamina C, como frutas cítricas, brócolis e pimentão, que ajudam a fortalecer os vasos sanguíneos.
Também é indicado manter uma boa hidratação — cerca de 35 ml de água por quilo corporal —, dormir de 6 a 8 horas por noite e aplicar compressas frias nos primeiros dias, o que ajuda a contrair os vasos e conter o sangramento.
Óculos de proteção são aliados
Para evitar traumas oculares, o uso de óculos de proteção durante atividades esportivas como ciclismo, beach tênis, tênis ou golfe é indispensável. “Paulo Zulu é uma confirmação da importância dos óculos de proteção”, comenta Queiroz Neto, destacando o papel da prevenção.
No caso de alérgicos, o oftalmologista orienta manter os olhos lubrificados e evitar o uso indiscriminado de colírios com corticoide, que podem causar glaucoma — conhecido como o “ladrão silencioso da visão”.
Outros tipos de derrame ocular
Quando a aparência do olho muda pouco, o alerta deve ser ainda maior. É o caso do hifema, derrame mais profundo que acomete o espaço entre a íris e a córnea. A mancha de sangue costuma se concentrar na parte inferior do olho e pode surgir após traumas contusos, como os sofridos em esportes de contato.
Queiroz Neto explica que os sinais de alerta incluem dor intensa, sensibilidade à luz, visão embaçada e até bloqueio da drenagem do humor aquoso — o que pode causar glaucoma agudo e cegueira irreversível. Nesses casos, a recomendação é buscar atendimento imediatamente.
Hemorragia vítrea: o mais grave dos derrames
Segundo o especialista, o tipo mais sério é a hemorragia vítrea. Ela acontece no humor vítreo — gel que preenche o interior do globo ocular — e não altera a aparência externa do olho. Os sintomas incluem manchas escuras na visão, pontos flutuantes, flashes de luz e perda de visão.
Ao perceber qualquer um desses sinais, o ideal é procurar com urgência um oftalmologista que tenha acesso a exames como mapeamento de retina e ultrassonografia ocular.
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