Todo mundo sabe que cuidar da saúde bucal desde a infância garante dentes saudáveis e branquinhos, evitando sérios problemas no futuro. O que pouca gente imagina é que a atenção começa antes mesmo do nascimento dos primeiros dentinhos – além de prevenir complicações, a criança já vai se acostumando com a rotina de higiene. Ah, você nem se lembra de quando começou a se preocupar com escovação e companhia? Tudo bem. Sempre é tempo de começar a cuidar da boca. Daí este guia, com tudo o que você precisa saber para ter dentes fortes e bonitos em todas as fases da vida.
1 Recém-nascido e bebê
Como os dentes do bebê começam a nascer por volta dos 4 meses, algumas mães não se preocupam com a higiene oral do filho
antes dessa idade. Porém, a ausência dos dentinhos não quer dizer que você não precise fazer nada a respeito nessa fase da vida. “Para higienizar a boca do bebê, você deve envolver seu dedo em um pano limpo ou uma gaze de algodão embebida em água filtrada e passar, devagarinho, por toda a gengiva dele. Faça isso pelo menos duas vezes ao dia e após a última mamada”, explica Tally Karlik, cirurgiã-dentista da Clínica Orel (SP). Caso contrário, seu filho pode ter problemas como:
Cárie de mamadeira: acontece quando a criança costuma ingerir bebidas que contenham açúcar, como leite e suco, e as gengivas e os dentinhos não são corretamente higienizados depois. O problema é maior quando a criança mama e vai dormir direto.
Sapinho: essa infecção causa pontinhos brancos na região da boca da criança. “Geralmente, os bebês são os mais afetados, pois têm
a imunidade baixa. Por isso, além de limpar a boquinha do seu filho, lave sempre as mãos quando for pegá-lo, esterilize as chupetas e mamadeiras, evite beijá-lo na boca e higienize seus mamilos antes de amamentá-lo”, diz Tally.
2 Criança
É comum elas copiarem os hábitos dos pais, afinal, eles são sua maior referência. Por isso, mostre desde cedo – antes até que os dentes de leite comecem a cair – o quão importante é cuidar da saúde bucal. Para começar, que tal deixar a escovação divertida?
Permita que seu filho escolha a escova e a pasta de dente e, quando der, façam a higiene juntos. “Criem o hábito de escovar os dentes três vezes ao dia, de usar o fio dental e de ter uma alimentação balanceada, sem excesso de alimentos muito açucarados.
Além disso, leve-o ao dentista uma vez a cada seis meses para prevenir problemas como cárie”, diz a cirurgiã-dentista.
3 Adolescentes
Não é porque seu filho entrou na adolescência que você pode se despreocupar. Continue atenta, pois é nessa fase que os dentes do siso começam a aparecer, causando dor e inchaço – às vezes, é necessário fazer uma cirurgia para removê-los. Além disso, trata-se de um momento de descobertas, em que os jovens tendem a experimentar coisas que prejudicam o sorriso. Veja alguma delas:
Acessórios: “Piercing na língua, nos lábios e nas bochechas pode lascar os dentes e desencadear inflamações por conta do acúmulo de bactérias, comida e tártaro. Há risco de sangramento na gengiva, dor e inchaço”, explica Tally.
Cigarro (o eletrônico também): segundo a especialista, além dos males óbvios que o tabagismo faz ao nosso organismo (por exemplo, o aumento do risco de doenças pulmonares), o hábito provoca infecções na gengiva e nos ossos ao redor dos dentes. Isso aumenta a formação de tártaro e causa perda de dente, mau hálito, dente amarelado e câncer de boca.
Regimes malucos: “Dietas radicais e hábitos alimentares ruins, com poucas vitaminas e nutrientes, causam danos nos dentes e na gengiva. Por isso, evite fazer regime sem orientação médica e coma bastante vegetais, oleaginosas, grãos e frutas”, recomenda a especialista.
4 Adulto
Imprescindível passar fio dental diariamente, escovar os dentes após as três refeições principais e depois de beliscar alguma bobagem. Mesmo fazendo isso, são comuns problemas como:
Gengivite: dentre os sintomas, estão gengivas avermelhadas e sensíveis, que podem sangrar durante a escovação e ao passar o fio dental. Para prevenir o desconforto, vá ao dentista para uma limpeza geral a cada seis meses.
Cárie: geralmente, nessa fase da vida, as cáries podem começar na raiz ou em volta das restaurações ou coroas.
Bruxismo: “É o hábito inconsciente de ranger os dentes enquanto estamos dormindo. Quando acontece, os músculos da mandíbula ficam doloridos e a pessoa pode ter dor de cabeça ao longo do dia”, esclarece. Se você acha que talvez tenha isso, procure o dentista.
Sensibilidade: segundo a cirurgiã-dentista, conforme a idade avança, a gengiva se retrai, expondo áreas do dente que não são protegidas pelo esmalte. Quando isso ocorre, a pessoa pode sentir dor ao ingerir alimentos muito quentes ou gelados.
5 Idoso
Além de cárie, sensibilidade dental e gengivite, muitos idosos têm problemas de saúde, como osteoporose, diabetes e câncer. Se esse for o caso, recomenda-se ir regularmente ao dentista para ele ter uma visão geral da dentição. Mas, de qualquer forma, na terceira idade vale ficar de olho nos seguintes problemas:
Xerostomia: também conhecida como boca seca, pode ser causada por questões de saúde ou até ser um efeito colateral de medicamentos (como antidepressivos e remédios para pressão). De acordo com Tally, sem a saliva necessária para lubrificar a boca, a pessoa pode ter dor de garganta, queimação, dificuldade de engolir e até cárie. “Para produzir a umidade da boca novamente, o dentista pode recomendar enxaguantes bucais, estimuladores de saliva e balas sem açúcar”, diz ela.
Infecções: “Escove a dentadura diariamente e, sempre que não a estiver usando, coloque-a em um copo com água. Importante: antes de pôr a prótese, limpe a gengiva, a língua e o céu da boca. Sentiu qualquer desconforto? Visite o dentista”, indica Tally.
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