Todo mundo, mesmo que seja uma vez na vida, sente dor nas costas. A ala feminina, então, sofre pra valer com o problema! Culpa da bolsa pesada no ombro, da obesidade, dos hormônios desregulados, do excesso de salto alto… Não tem jeito: quando massacrada assim, a região (responsável pela sustentação e movimentação do nosso corpo) grita mesmo! “O primeiro incômodo pode aparecer quando a menina menstrua pela primeira vez. Essa é uma dor comum e normal, mas há que se ficar atenta aos outros desconfortos”, explica o neurocirurgião Adriano Scaff. A seguir, ele explica os tipos de dores nas costas mais frequentes em cada fase da vida da mulher, ensinando você a evitá-los:
Infância e adolescência
Os adolescentes (meninos e meninas) que crescem rápido demais podem sentir incômodos da chamada escoliose idiopática. “O paciente corre o risco de ficar com ombros ou o quadril torto e a coluna encurvada para um dos lados, lembrando um ‘S’ ou ‘C’”, esclarece o médico. A doença tem vários graus, portanto o tratamento varia. Há casos em que é necessário até fazer uma cirurgia.
Depois da primeira menstruação, também conhecida como menarca, a menina passa por mudanças marcantes no corpo. E é geralmente na puberdade que ela sente as primeiras dores nas costas, já que a cólica menstrual pode refletir na coluna. Apesar de ser normal, vale a pena manter o ginecologista sempre informado.
Fase adulta
Nessa época, as dores surgem normalmente por conta de esforço exagerado ou “mau uso” da coluna. Ficar muito tempo na mesma posição aumenta as chances de dores. O estresse e a tensão do dia a dia também são considerados vilões. Isso sem falar do sedentarismo e do excesso de peso. Muito provavelmente as dores aparecerão, principalmente, no finalzinho da gravidez.
“Equivale a colocar, de repente, 10 kg em cima da barriga da mulher. Para aguentar o peso, o corpo ‘cai’ pra frente, aumentando a curvatura da coluna”, diz Scaff. Além disso, é comum a gestante reclamar de dores musculares abdominais.
Terceira idade
Entre os 45 e 55 anos a menopausa começa a dar sinais. Nesse período, a produção do hormônio estrogênio diminui, o que pode levar à osteoporose. “A doença, que está relacionada com o baixo nível de cálcio no organismo, deixa os ossos fracos, sensíveis e porosos, levando a fraturas, principalmente na coluna e no fêmur”, pontua o especialista. Como não há cura, o tratamento é pra vida toda. “A mulher que tem osteoporose precisa fazer reposição hormonal e praticar exercícios físicos para fortalecer os
ossos. Na dieta, deve incluir alimentos ricos em cálcio, como leite e verduras verdes-escuras como espinafre, couve e brócolis”, recomenda Scaff.
Previna-se
Evite ficar horas na mesma posição. Quando for passar roupa ou lavar a louça, mantenha os pés paralelos, coluna ereta, quadril encaixado e joelhos flexionados. “Postura errada estressa a coluna”, diz. Se trabalha sentada, levante-se de hora em hora para dar uma volta e faça alongamentos. Apesar de nos deixar mais elegantes, o salto alto sobrecarrega e aumenta a curvatura da coluna. Se usado todo dia, pode provocar ainda o encurtamento da panturrilha. O estresse libera hormônios que aumentam a percepção da dor, como o cortisol. Para evitar chateação, relaxe e respire fundo!
Sentir dor não é normal. Se o desconforto for intenso e sem explicação, converse com seu médico e descubram juntos a causa do
incômodo.