Pesquisadores australianos anunciaram um avanço animador na busca pela cura do HIV. Eles desenvolveram um novo método de encapsulamento de RNA mensageiro (mRNA) em nanopartículas de lipídios. Essa tecnologia consegue ativar o vírus que está em estado de latência, ou seja, escondido do sistema imunológico e dos tratamentos atuais. O estudo, publicado na revista Nature Communications, renova a esperança de novas possibilidades no combate ao HIV.
Claudio Cirne-Santos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou a importância da descoberta: “Essa pesquisa nos desperta esperança de uma possível cura no futuro”, afirma a Folha de São Paulo.
Como o novo tratamento para HIV funciona
Quando o HIV infecta o corpo, ele integra seu material genético às células do sistema imunológico, em especial os linfócitos T CD4+. As terapias antirretrovirais que usamos atualmente reduzem a carga viral e praticamente anulam a chance de transmissão. Contudo, essas terapias não eliminam o vírus por completo, já que ele pode permanecer em latência dentro das células.
A proposta do novo tratamento para HIV é usar o mRNA para promover a produção de proteínas capazes de interromper essa latência. Assim, o organismo, com o apoio dos medicamentos existentes, poderia finalmente combater o vírus. Para isso, os cientistas criaram as nanopartículas lipídicas que conseguem levar o mRNA até as células T CD4+. Nos testes em laboratório, a tecnologia entregou com sucesso as proteínas necessárias para ativar o vírus escondido.
Próximos passos até a possível cura do HIV
Até agora, os testes ocorreram apenas em laboratório, com células isoladas e amostras de sangue de pacientes. De acordo com os pesquisadores, o próximo passo será avaliar a segurança e a eficácia do método em animais. Só depois serão iniciados os testes em seres humanos. Apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer, a pesquisa representa um passo relevante na busca por uma solução definitiva para a infecção por HIV.
Enquanto isso, a medicina segue avançando em outras frentes. Um bom exemplo é o lenacapavir, um medicamento profilático que pode ser aplicado a cada seis meses. Essa alternativa foi criada para facilitar a prevenção em pessoas vulneráveis ao HIV, substituindo o uso diário de comprimidos. Em estudos recentes, o lenacapavir demonstrou maior eficácia do que o tratamento tradicional, o que reforça a importância de investir em diferentes abordagens.
Prevenção continua sendo essencial no combate ao HIV
Embora o possível novo tratamento para HIV seja uma esperança, a prevenção ainda é a principal aliada na luta contra o vírus. No Brasil, estratégias como a camisinha e as profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP) estão disponíveis e ajudam a evitar novos casos. O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, oferece a PrEP de forma gratuita, o que amplia o acesso à proteção.
Além disso, especialistas reforçam que iniciar o tratamento assim que o diagnóstico é confirmado é fundamental. Isso porque controlar a carga viral impede tanto o adoecimento quanto a transmissão para outras pessoas. Dessa forma, o combate ao HIV envolve uma combinação de novas tecnologias, políticas de prevenção e o acesso amplo ao tratamento.
Resumo: Pesquisadores australianos desenvolveram uma tecnologia com mRNA que pode reativar o HIV em estado latente, permitindo o combate ao vírus pelo organismo. O estudo representa mais um avanço na busca pela cura do HIV e reforça a importância de investir em diferentes estratégias de prevenção e tratamento.
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