A estação mais desejada do ano está chegando: férias, viagens, dias lindos e quentes. Mas será que o Verão pode trazer algum risco para os idosos? Nos Estados Unidos, cerca de 12 mil americanos morrem anualmente em função de problemas relacionados ao calor, sendo que a grande maioria dessas vítimas tem mais de 60 anos.
De acordo com a geriatra Daniela Gomez, do SBA Residencial, isso acontece porque os idosos são mais suscetíveis às variações de temperatura em função de:
- Possuírem deficiências na capacidade termorreguladora e, também, menos água corporal total, isto é, menor reserva hídrica e uma maior chance de desidratação;
- Suarem menos;
- Apresentarem comorbidades associadas;
- Utilizarem medicamentos que aumentam a perda hídrica ou que influenciam na termorregulação, tais quais diuréticos;
- Sentirem menos sede e consumirem menos água.
“Além destes fatores, muitos idosos apresentam condições socioeconômicas que dificultam um cuidado adequado, tal como não dispor de aparelhos de ar condicionado ou morar sozinho, o que pode atrasar o atendimento médico precoce.”
Confira abaixo as principais consequências clínicas que os idosos podem sofrer com o calor e quais as providências que podem ser tomadas para reduzir estes riscos:
Queimaduras solares
Muitos idosos podem apresentar queimaduras de pele ao ficarem expostos ao sol de maneira excessiva. Para evitar essas lesões, evite tomar sol entre as 10 e 16hs, use protetor solar e o reaplique a cada 2 horas. Também é recomendado o uso de chapéu e óculos escuros.
Desidratação
A desidratação não causa sintomas nos idosos de forma imediata, o que corrobora para o diagnóstico tardio desta condição. Os principais sinais da desidratação são: pele e mucosas secas, diminuição do volume urinário e mudança na cor (que se torna mais concentrada, alaranjada), fraqueza muscular, tontura, indisposição, irritabilidade, queda da pressão e alterações cognitivas.
Muitas vezes, os sintomas clássicos passam despercebidos e o familiar só percebe que existe algo errado, quando o idoso fica excessivamente sonolento e hipoativo, aumentando o risco de complicações como quedas, fraturas, insuficiência renal e episódios de broncoaspiração. Para reduzir a chance de desidratação, é fundamental beber cerca de 2 litros de água por dia.
Desde que não exista contraindicação médica, preferir o consumo de saladas e frutas ricas em água e permanecer em ambientes ventilados e arejados. Além disso, é importante evitar exercícios físicos e atividades ao ar livre nos horários de sol intenso.
Insolação e Hipertermia
A hipertermia ocorre quando o idoso fica muito tempo exposto ao sol e ao calor, o que pode provocar aumento da temperatura corporal para níveis acima de 37,5ºC e leva ao aparecimento de sintomas como: pele vermelha, quente e sem suor, dores de cabeça, náuseas, câimbras, contraturas musculares, alterações comportamentais, delírios, convulsões e, em casos graves, coma.
Caso identifique esses sinais, é muito importante buscar ajuda médica imediata, remover o idoso para um local fresco, preferencialmente com ar condicionado, fazer compressas frias no rosto e pescoço, retirar as roupas e calçados e oferecer água fria. Com os cuidados, a observação e a monitoração de nossa população da melhor idade, certamente poderemos aproveitar com saúde o verão.