Quando alguém sobrevive a um infarto, os médicos dizem que a pessoa teve uma segunda chance. E não é para menos: em média, 80 mil pessoas – uma a cada cinco minutos – morrem de infarto todos os anos no Brasil. Além disso, quatro em cada dez vítimas não sobrevivem ao primeiro ano após o problema. O cuidado, então, deve ser redobrado para evitar um segundo infarto.
Quem fuma, tem pressão alta, diabetes, colesterol e alguém na família (pai ou mãe) com doença no coração precisa se cuidar ainda mais. Lembrando: o fator genético é o único que não podemos controlar. Todo resto fica por nossa conta, então, não vacile!
O quadro não é brincadeira
Deu pra entender que o problema é grave, né? Se o infartado não se cuidar, corre risco de morrer logo. Por isso, hábitos antigos devem ser banidos! Veja orientações de Mucio Tavares, diretor de pronto-socorro do InCor-SP:
Se não largar o vício, a probabilidade de voltar para o hospital é grande. Acredite: os fumantes têm cinco vezes mais chances de infartar.
Apesar das estatísticas, metade das vítimas de infarto não abandona o cigarro.
Obesidade também é fator de risco. Mantenha-se no peso, com atividades físicas acompanhadas pelo médico e alimentação regrada. Nada de frituras!
Caminhar meia hora por dia já ajuda bastante. Comece aos poucos, ok?
Após a alta, o paciente infartado deve tomar uma série de remédios todos os dias. O cumprimento dessa ordem médica é fundamental.
Já ter sofrido infarto é sinal de que há uma doença arterial instalada. Ou seja, pode acontecer novamente. Por isso, cuide-se!
Novo em folha? Não é bem assim!
Segundo Tavares, a sequela mais comum é a insuficiência cardíaca. Ela acontece após infartos de tamanho moderado ou grande e leva o coração a se dilatar, perdendo força para continuar bombeando o sangue.A médio e longo prazo, a pessoa pode sentir uma falta de ar contínua. Em casos nos quais o tratamento com remédios não tem uma boa resposta, a equipe médica pode sugerir até um transplante de coração.
Para a vida toda
Após o trauma, muitos pacientes entram na linha. Depois de um tempo, porém, esquecem e retornam aos mesmos maus hábitos que causaram o problema. Alguns voltam a fumar, não se cuidam e até deixam de ir ao médico. “Há a falsa confiança de que nada de ruim acontecerá”, diz Tavares. De acordo com ele, vários sobreviventes se espantam quando são orientados a continuar com as consultas, a fazer exames, a tomar remédios…
Como identificar um infarto
Metade das mortes acontece antes mesmo de a ambulância chegar. O atendimento rápido aumenta muito as chances de sobrevivência sem sequelas.
A dor no peito é o sintoma clássico e mais característico. O incômodo é, normalmente, no centro ou lado esquerdo, acompanhado de uma sensação de pressão, que pode ir para as costas, braços e mandíbula.
O médico alerta, entretanto, que dor no peito é apenas um dos sintomas. “Às vezes, o infarto pode se manifestar também com falta de ar intensa ou até mesmo com perda de consciência”, afirma.
Após o atendimento, o diagnóstico é feito por meio de exame físico e eletrocardiograma. “Depois, deve ser providenciada a desobstrução da artéria, seja com remédios chamados trombolíticos ou cateterismo”, explica.
Com a gente pode ser diferente!
O coração de homens e mulheres não são iguais. Por isso, alguns sinais do infarto são diferentes. Quando a vítima é do sexo feminino, também pode haver fadiga intensa, náuseas e dor na boca do estômago, o que muitas vezes pode ser confundido, até pelos médicos, como crise de ansiedade. Apesar das diferenças, o jeito de prevenir é o mesmo!