A influenciadora Virgínia Fonseca gerou debate ao compartilhar, nas redes sociais, o uso de suplementos de colágeno por suas filhas, Maria Alice e Maria Flor, de 3 e 2 anos, respectivamente. A atitude levantou dúvidas entre pais e responsáveis: afinal, criança pode tomar colágeno? De acordo com especialistas, como o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, a resposta é clara: não. O colágeno não apenas é desnecessário para crianças, mas também pode ser prejudicial à saúde.
Ejzenbaum, que é membro da Academia Americana de Pediatria e especialista em alimentação infantil, explica que o uso do suplemento em crianças pode sobrecarregar os rins devido ao excesso de proteínas. Além disso, ressalta que o colágeno não oferece benefícios comprovados para essa faixa etária. “A diminuição do colágeno no corpo começa a partir dos 30 anos. Antes disso, especialmente em crianças, o uso é desnecessário e contraindicado”, pontua.
Criança pode tomar colágeno? Entenda a contraindicação
O colágeno é uma proteína responsável por dar estrutura à pele, ossos e tecidos conjuntivos. Enquanto adultos podem usar o suplemento para fins estéticos ou médicos, a realidade para as crianças é completamente diferente. Segundo Ejzenbaum, o excesso de proteínas, como o colágeno, pode causar problemas nos rins das crianças, que ainda estão em desenvolvimento.
“A suplementação de colágeno em crianças pequenas é desnecessária porque elas já têm uma produção natural suficiente para as suas necessidades”, explica o pediatra. Além disso, ele reforça que existem fontes proteicas muito mais adequadas para a nutrição infantil, como carne, ovos, leite e derivados. Esses alimentos oferecem aminoácidos essenciais em proporções equilibradas e não apresentam os mesmos riscos associados ao uso de colágeno.
Riscos do uso de colágeno em crianças
Criança pode tomar colágeno? Embora a proteína seja amplamente utilizado por adultos sem grandes preocupações, em crianças ele pode apresentar riscos consideráveis. Ejzenbaum alerta para possíveis sobrecargas renais. “Como o colágeno é uma proteína, ele precisa ser metabolizado e eliminado pelo organismo, o que pode levar à sobrecarga ou até lesões nos rins de crianças, especialmente em casos de consumo excessivo.”
Além disso, o médico lembra que o colágeno é contraindicado em bulas de diversos produtos e suplementos destinados a adultos. “A indicação de uso para pessoas acima de 19 anos existe por um motivo: o metabolismo infantil não foi projetado para lidar com esse tipo de suplemento”, afirma.
Quando o colágeno é indicado?
O colágeno é amplamente recomendado para pessoas acima de 19 ou 20 anos, principalmente para melhorar a elasticidade da pele, saúde das articulações e prevenir a perda óssea. Para crianças, no entanto, a suplementação não tem justificativa. “As necessidades de colágeno em crianças são plenamente atendidas pela produção natural do corpo e uma alimentação balanceada”, explica Ejzenbaum.
Se houver preocupação com a saúde da pele ou dos ossos em crianças, o ideal é buscar orientação médica e apostar em uma dieta rica em nutrientes, incluindo cálcio, vitamina D e proteínas de alta qualidade.
Educação é o melhor caminho
Casos como o de Virgínia Fonseca chamam atenção para a importância da educação sobre nutrição infantil e o uso consciente de suplementos. É comum que influenciadores e figuras públicas tenham grande alcance, mas decisões como essa podem levar à desinformação e a práticas potencialmente prejudiciais à saúde.
“Pais e responsáveis devem sempre consultar um pediatra ou nutricionista antes de oferecer qualquer tipo de suplemento para seus filhos. O corpo de uma criança está em desenvolvimento, e o cuidado com a alimentação deve ser priorizado”, conclui Ejzenbaum.
O caso da influenciadora reforça a necessidade de um debate sobre a suplementação infantil e os limites do que é saudável para crianças. A resposta para a pergunta criança pode tomar colágeno é clara: não. Além de desnecessário, o uso pode trazer riscos, como sobrecarga renal. Para garantir o desenvolvimento saudável das crianças, a orientação de um pediatra e uma alimentação equilibrada são fundamentais.
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