Em tempos de telas dominando o cotidiano, incentivar os pequenos a se movimentarem pode ser um verdadeiro desafio para mães e pais. Nesse cenário, surge a dúvida: será que a criança pode treinar como um adulto? A resposta curta é: depende.
Na última segunda-feira (21), a influenciadora Andressa Suita compartilhou com seus seguidores um vídeo do filho Gabriel, de 8 anos, correndo na esteira. O registro dividiu opiniões nas redes, e expôs uma dúvida recorrente: qual é o limite entre incentivar hábitos saudáveis e ultrapassar a linha do exagero?
De acordo com a fisioterapeuta Flora Pitta, mestre em biomecânica e especialista em Esporte e Dança pela Unifesp, atividades físicas são benéficas para a infância — desde que respeitem a fase de desenvolvimento da criança. “Pensando em uma criança de 8 anos, como no caso, ela já tem um controle motor desenvolvido. Isso, por si só, não é problemático”, afirma a especialista ouvida pelo portal Terra.
Contudo, segundo a profissional, brincar continua sendo a forma mais completa e saudável de movimentar o corpo nessa idade. “Brincadeiras como pega-pega proporcionam ganhos para o sistema cardiorrespiratório, o equilíbrio e a coordenação motora”, completa.
Musculação para crianças exige orientação profissional
Muitos pais se perguntam se a musculação para crianças pode ser uma alternativa para driblar o sedentarismo. No entanto, antes de inscrever os pequenos na academia, é fundamental entender os riscos envolvidos.
Segundo Flora, o corpo da criança ainda está em formação, o que exige cautela. Mesmo com pesos leves, a prática de exercícios de força sem orientação adequada pode provocar lesões. “Quando se começa a treinar com carga, é preciso avaliar como está a estrutura do corpo. Uma corrida leve pode machucar um adulto despreparado, e o mesmo acontece com crianças”, alerta.
Por isso, o acompanhamento de profissionais especializados é indispensável. Além do pediatra, contar com o apoio de fisioterapeutas que entendam de desenvolvimento motor infantil garante mais segurança para os pequenos e tranquilidade para os pais.
Outras formas seguras de incentivar a atividade física
Em vez de focar em treinos estruturados, a recomendação é estimular a movimentação de forma lúdica e prazerosa. Práticas como natação, dança, futebol e até mesmo brincadeiras ao ar livre são mais adequadas e, muitas vezes, mais eficientes para essa fase da vida.
Além disso, a atividade física também é uma oportunidade de socialização. A criança que se movimenta com outras crianças, enquanto se diverte, desenvolve não só o corpo, mas também habilidades emocionais e sociais importantes.
Portanto, antes de decidir se a criança pode treinar, o ideal é conversar com profissionais que conheçam o universo infantil. Avaliar o estágio de desenvolvimento motor, respeitar os limites da idade e priorizar o bem-estar são atitudes que fazem toda a diferença.
Resumo: A prática de atividades físicas na infância é importante, mas deve ser conduzida com cuidado. Embora a musculação para crianças gere dúvidas, o mais seguro é investir em brincadeiras e esportes adequados à faixa etária, sempre com acompanhamento profissional.
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