Em meio a tantas informações conflitantes sobre alimentação, uma dúvida permanece: afinal, adoçantes fazem bem ou mal à saúde? Para esclarecer o tema, a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), em parceria com a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), lançou um posicionamento oficial que reúne anos de revisão científica. O
documento reforça que os adoçantes são seguros e podem ser aliados importantes na redução do consumo de açúcar e no controle de doenças crônicas, como o diabetes.
Adoçantes são amplamente estudados
“Os adoçantes estão entre os ingredientes mais estudados do mundo e nunca houve registro de doenças associadas ao seu consumo. Eles não têm a função de promover emagrecimento, mas são ferramentas seguras para substituir o açúcar, reduzindo calorias e ajudando no controle da glicemia essencial para pessoas com diabetes”, afirma o endocrinologista Fadlo Fraige Filho, presidente da ANAD e da Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD), além de representante da IDF South and Central America.
O debate sobre o uso dos adoçantes ganhou força depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que eles não fossem usados com a finalidade de emagrecimento. Segundo o novo posicionamento da ANAD, a orientação da OMS se baseou em estudos observacionais — que mostram associações, mas não causas. Um exemplo é o fenômeno da causalidade reversa: pessoas com sobrepeso ou risco de desenvolver doenças tendem a usar adoçantes, o que pode distorcer a interpretação dos dados.
Já os estudos clínicos controlados, considerados o padrão-ouro da ciência, apontam o contrário: quando usados no lugar do açúcar, os adoçantes ajudam a reduzir o consumo calórico total, sem causar aumento de glicemia, colesterol ou ganho de peso.
Segurança comprovada há décadas
Produtos como sacarina, ciclamato, aspartame e sucralose estão no mercado há décadas e passaram por avaliações rigorosas de agências de saúde nacionais e internacionais. Todos têm um limite de consumo definido — a chamada Ingestão Diária Aceitável (IDA) —, que representa a quantidade máxima considerada segura para o consumo ao longo da vida.
Na prática, seria necessário ingerir quantidades muito acima do real para se aproximar de qualquer risco. Pesquisas mostram que o consumo médio da população está muito abaixo desses limites.
“A demonização dos adoçantes gera medo infundado e pode até atrapalhar a saúde pública. O uso consciente desses ingredientes é seguro e deve ser visto como aliado, não como vilão”, reforça Fadlo.
Desmistificando mitos
Um dos mitos mais comuns envolve o aspartame. Ele é frequentemente associado à liberação de metanol durante a digestão, mas a quantidade gerada é mínima — menor do que a encontrada em alimentos como bananas ou sucos de frutas.
Outro equívoco é tratar todos os adoçantes como se fossem iguais. Cada substância tem uma estrutura e metabolismo próprios, mas todas compartilham a característica de não elevar a glicemia.
Com isso, os adoçantes se tornam alternativas seguras para pessoas que precisam controlar a ingestão de açúcar, especialmente diabéticos e indivíduos com sobrepeso.
Serviço à população
No dia 1º de novembro, ANAD realiza a a 28ª Campanha Nacional Gratuita em Diabetes, com o lema “Um ano de exames em um único dia”. O evento acontece na Universidade São Judas Tadeu (Rua da Consolação, 2320, Metrô Paulista, São Paulo/SP), das 8h às 16h.
Durante a ação, a população poderá realizar exames gratuitos de glicemia, pressão arterial, visão, boca, pés, hemoglobina glicada, nutrição, circulação, coração, fisioterapia e psicologia. O objetivo é prevenir, diagnosticar precocemente e orientar sobre o cuidado com o diabetes, além de promover informação de qualidade sobre hábitos saudáveis — incluindo o uso seguro dos adoçantes.
Resumo:
A ANAD, em parceria com a ABRAN e a SBAN, confirmou que os adoçantes são seguros e podem auxiliar na redução do consumo de açúcar. Estudos clínicos mostram que, quando usados de forma consciente, não causam ganho de peso nem alterações na glicemia. O tema será reforçado durante a 28ª Campanha Nacional Gratuita em Diabetes, promovida pela ANAD em São Paulo, no dia 1º de novembro.
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Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!