A Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou a expressão burnout ao status de transtorno mental. Mas, afinal, do que se trata? É o esgotamento profissional, ou seja, um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho.
Na verdade, a criação do conceito nos anos 70 continua sendo um dilema, porque burnout é um conjunto de sinais e sintomas depressivos. Então seria uma “depressão” com uma causa específica: o trabalho.
Por isso, não se deve usar a palavra em outra situação, como “cuidar da família está me levando a um burnout”. A síndrome consiste em três grandes queixas: exaustão, distanciamento ou desinteresse pelo trabalho e queda na performance habitual.
Todos sabemos do sofrimento que pode ser causado pelo trabalho por conta da cobrança, pressão, preocupação com o desempenho, por metas cada vez maiores e reconhecimento nem sempre à altura.
Mas é importante ficar atenta aos sinais de que tudo isso vem fazendo mal. Você já foi chorar no banheiro da empresa, por exemplo? Ou chega chorando em casa por conta de como se sentiu lá? Ir para o trabalho que já foi um prazer virou tortura?
Se respondeu sim a essas questões, pode ser que você esteja sofrendo desse mal e, portanto, precisa se tratar. Só o médico poderá fazer o diagnóstico correto e prescrever o tratamento, incluindo aí o uso de medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos e estimulantes, sempre que houver sintomas de humor depressivo, ruminações, sentimentos de angústia, desesperança, desconcentração, ansiedade, insônia, alterações de apetite e peso.
Terapia também é parte fundamental para o tratamento, assim como o afastamento temporário do trabalho, até porque, na maioria das vezes, só de pensar nele a pessoa já entra em pânico. Cuidado! Fique bem atenta aos sinais e não hesite em buscar ajuda.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.