O cantor Orlando Morais surpreendeu os fãs ao aparecer nas redes sociais usando uma máscara de proteção facial, parte da recuperação de uma cirurgia ortognática.
Aos 62 anos, o marido de Glória Pires revelou que decidiu se submeter ao procedimento após anos enfrentando episódios de apneia obstrutiva do sono, condição que causa roncos intensos, interrupções da respiração, dores de cabeça e fadiga constante.
Segundo ele, o tratamento começou em dezembro de 2024, quando foi realizada uma expansão maxilar para preparar a estrutura óssea. Meses depois, foi feita a correção da mandíbula, etapa essencial para ampliar a passagem de ar.
Como a ortognática ajuda na apneia do sono
A apneia obstrutiva do sono ocorre quando a passagem de oxigênio pela garganta fica bloqueada, geralmente devido ao excesso ou flacidez da musculatura na região. Nesses casos, a cirurgia ortognática pode ser indicada.
“O problema dessa doença geralmente se encontra numa obstrução da passagem do oxigênio na garganta. Pensar que pode existir uma cirurgia para esticar essas estruturas e aumentar o calibre da passagem do ar é algo magnífico. E ela existe. A ortognática tem esse papel, já que a musculatura mencionada é presa por detrás dos ossos maxilares e, ao operarmos, conseguimos puxá-los para frente, abrindo a passagem para uma respiração adequada”, explica o cirurgião bucomaxilofacial Magno Liberato.
Quem pode fazer a cirurgia
O especialista destaca que o primeiro passo é confirmar, por meio de exames de imagem, se o estreitamento está de fato relacionado à posição dos ossos maxilares.
“Sem isso comprovado através de tomografia, não conseguimos dar o resultado esperado. A limitação encontra-se na idade, sendo o ideal operarmos até os 65 anos, mas caso haja boa condição de saúde, podemos pensar em estender ou diminuir esse número”, afirma Magno.

O que esperar do procedimento
De acordo com o cirurgião, o objetivo da ortognática para apneia é avançar ao máximo as estruturas ósseas do rosto sem comprometer a estética. “Com isso, conseguimos abrir mais a passagem do ar, melhorar o sono, reduzir o ronco e permitir que o paciente acorde mais disposto. Hoje temos tecnologia para planejar a melhora respiratória possível e, ao mesmo tempo, harmonizar o rosto”, explica.
A recuperação exige cuidados especiais nos primeiros dias. “Nos 14 primeiros dias, é preciso manter uma alimentação macia, realizar lavagens nasais, fisioterapia e higiene oral adequada. Mas a qualidade do sono já é percebida desde o primeiro dia de pós-operatório”, ressalta Magno.
Entre os possíveis efeitos colaterais estão infecção, inchaço, dormência temporária no rosto e dificuldade para falar ou se alimentar. No entanto, esses sintomas costumam regredir com o tempo.
Resultados e durabilidade
Embora considerada o tratamento mais eficaz para casos graves de apneia, a cirurgia não elimina completamente o risco de retorno da doença.
“Nada na vida é permanente. Se o paciente envelhecer, ganhar peso ou desenvolver outros problemas, a apneia pode voltar. Mas, ao adotar hábitos saudáveis, é possível usufruir por décadas dos benefícios do procedimento”, explica o especialista.
Resumo:
Orlando Morais, marido de Glória Pires, passou por cirurgia ortognática para tratar apneia do sono. Segundo o cirurgião Magno Liberato, o procedimento corrige o estreitamento da passagem de ar ao avançar os ossos maxilares. A recuperação inicial é delicada, mas os resultados podem trazer melhora significativa no sono e na qualidade de vida.
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