Viajar durante as festas de fim de ano ou o período de férias é uma oportunidade para relaxar e aproveitar momentos em família. Para quem tem determinadas condições de saúde, como a diabetes, no entanto, o planejamento da bagagem exige atenção especial. Afinal, como transportar insulina da maneira adequada?
A dúvida é uma preocupação comum para milhões de pacientes, já que o Brasil é ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de casos de diabetes. Segundo o Ministério da Saúde, 10,2% da população tem o diagnóstico da doença. O número representa cerca de 20,7 milhões de pessoas.
A importância da conservação correta
A conservação é essencial para garantir a eficácia do medicamento e evitar riscos à saúde do paciente. A substância tem uma particularidade: ela é termolábil. Ou seja, sensível a variações de temperatura, e deve ser armazenada em temperaturas entre 2°C e 8°C, sem poder ser congelada ou exposta a temperaturas extremas.
Neste caso, transportar insulina exige o uso de bolsas térmicas ou caixas específicas que mantêm as condições ideais durante o período de deslocamento. O frasco do item também não pode ter contato direto com gelo, que pode congelar o hormônio.
A farmacêutica Liana Montemor, diretora técnica do Grupo Polar, o gelo artificial espuma é o ideal para a tarefa: “Tem propriedades exclusivas que garantem a estabilidade na manutenção térmica de produtos de cadeia fria e indicado para o transporte de produtos que requerem tempo e temperaturas controlados, principalmente para a faixa de 2 a 8°C, como o caso da insulina”.
Além disso, a especialista ressalta que estas embalagens devem ser qualificadas por profissional competente antes do uso. O tipo e a quantidade de gelos, assim como o recipiente ideal, fazem a diferença na manutenção da temperatura. Do contrário, corre-se o risco de congelar ou aquecê-las.
Cuidados para transportar insulina em viagens de avião
Quando o transporte é feito por avião, é fundamental levar a insulina na bagagem de mão — ainda dentro embalagem térmica apropriada para manter a temperatura ideal durante todo o trajeto. No compartimento de cargas, as baixas temperaturas podem congelar o medicamento e comprometer a utilização.
Outra recomendação é levar uma quantidade extra de insulina, seringas e fitas de medição glicêmica, caso ocorram imprevistos. Um laudo médico atestando a necessidade do medicamento também pode ser úteis em situações de fiscalização.
Outras soluções práticas
O mercado oferece diversas opções para facilitar o transporte de insulina, que vão desde bolsas térmicas compactas até modelos mais sofisticados, como as shoulder bags. Esses produtos, além de funcionais, têm design discreto e podem ser usados no dia a dia.
“Elas contêm sub compartimento para a alocação de até duas unidades de gelo espuma, além de outro para a inclusão de outros itens necessários para o cuidado com a diabetes, como seringas e fitas de medição glicêmica, ou ainda, para levar a carteira, celular e chaves”, explica Liana.
Segundo a especialista, essas shoulder bags passam por testes de qualificação que simulam as condições climáticas características do Brasil: Essas soluções proporcionam mais conforto aos pacientes durante viagens e deslocamentos, ao mesmo tempo em que preservam a segurança e a integridade do medicamento, essencial para o controle adequado da saúde”, conclui.
Dicas extras para viajar com tranquilidade
- Planeje com antecedência: certifique-se de que possui todos os itens necessários, como insulina suficiente, seringas, fitas de medição e gelo artificial espuma.
- Organize a bagagem: mantenha a insulina em bolsa térmica ou recipiente adequado, evitando contato direto com gelo ou temperaturas extremas.
- Informe-se sobre o destino: verifique as condições climáticas e estruturas locais para armazenar o medicamento.
- Leve documentos médicos: tenha em mãos laudos ou prescrições que possam ser exigidos durante a viagem.
- Monitore a glicemia: o estresse e alterações na rotina podem impactar os níveis de glicose. Esteja atento e preparado.
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