Fabiana Justus compartilhou em suas redes sociais que recebeu uma doação de medula óssea. A empresária e influenciadora, de 37 anos, revelou ter sido diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda em janeiro, um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas.
O transplante de medula óssea é um tratamento essencial para diversas doenças que afetam as células sanguíneas, como leucemias e linfomas. Esse processo consiste na substituição da medula óssea doente por células saudáveis, promovendo a recuperação do paciente e AnaMaria te explica como é feito.
Para que o transplante seja bem-sucedido, é crucial encontrar um doador compatível. Isso é determinado por meio de testes de compatibilidade, nos quais são comparadas amostras de sangue do receptor e do doador.
Quando há compatibilidade, o doador é submetido a um procedimento cirúrgico para a coleta da medula óssea, enquanto o receptor passa por um tratamento prévio para preparar seu organismo para receber as novas células.
A coleta da medula óssea é realizada sob anestesia geral e tem uma duração média de cerca de duas horas. Nesse processo, são realizadas punções com agulhas nos ossos posteriores da bacia, por onde é feita a aspiração da medula óssea.
É importante destacar que esse procedimento não acarreta nenhum prejuízo ou comprometimento à saúde do doador.
Como ser um doador de medula óssea?
Ser um doador de medula óssea é um gesto de solidariedade e esperança. Qualquer pessoa interessada em se tornar um doador pode se cadastrar no REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) em um hemocentro, onde serão realizados os procedimentos necessários.
Durante o cadastro, uma amostra de 10 ml de sangue é coletada para a realização do exame de tipagem HLA, que identifica as características genéticas do doador. Também é exigido que o doador leve um documento de identificação oficial com foto durante o processo de cadastro.
Além disso, algumas condições são necessárias para ser elegível como doador. A pessoa deve ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde e não apresentar doenças neoplásicas (câncer), hematológicas (do sangue) ou do sistema imunológico.
Durante o cadastro, o doador pode especificar se deseja ser um doador de sangue, de medula óssea ou ambos. Essa informação é crucial para aumentar as chances de localização de um doador compatível quando um paciente necessita de um transplante de medula óssea.
Vale ressaltar que existem 106 hemocentros distribuídos em todos os estados do país, facilitando o acesso ao cadastro de doadores em diversas regiões.
O que é Leucemia?
A leucemia é uma forma de câncer que se origina nas células-tronco presentes na medula óssea. Essas células-tronco são responsáveis pela produção de todas as células sanguíneas do corpo. No caso da leucemia, ocorre uma mutação nessas células-tronco, fazendo com que elas se tornem anormais.
Essas células sanguíneas anormais, chamadas de leucócitos, se proliferam de forma descontrolada e impedem a produção adequada das células sanguíneas saudáveis, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Isso resulta em uma diminuição significativa do número dessas células sanguíneas normais na corrente sanguínea, prejudicando as funções vitais do organismo, como o transporte de oxigênio, a defesa contra infecções e a coagulação do sangue.
No Brasil, são estimados mais de 11 mil novos casos de leucemia anualmente, destacando a importância da conscientização e do apoio à pesquisa e tratamento dessas doenças.
Quando o corpo começa a apresentar sinais de que algo não está certo, isso muitas vezes está relacionado à baixa produção de células sanguíneas saudáveis. Isso pode levar a condições como anemia e infecções, entre outros problemas de saúde.
Consequentemente, o paciente pode experimentar uma variedade de sintomas, entre eles:
- Fígado e baço aumentados
- Perda de apetite
- Perda de peso sem motivo aparente
- Sangramentos
- Manchas vermelhas na pele
- Hematomas
Esses sinais adicionais também são importantes e devem ser comunicados ao médico durante a consulta para uma avaliação completa da condição de saúde do paciente.
Conforme explica a médica hematologista Mariana Oliveira, recorrer ao transplante de medula óssea depende de diversos fatores, incluindo aspectos genéticos relacionados à doença e a resposta do paciente aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia e a terapia-alvo.
A especialista ressalta que quando esses tratamentos não proporcionam uma resposta satisfatória ou se a doença reaparece após sua realização, o transplante de medula óssea pode ser uma opção benéfica.
No entanto, essa decisão requer uma avaliação individualizada e uma análise detalhada por parte de uma equipe médica multidisciplinar especializada.
Essa abordagem multidisciplinar é essencial para considerar todos os aspectos do quadro clínico do paciente, avaliar a compatibilidade de um possível doador de medula óssea, além de planejar e acompanhar todo o processo do transplante.
A história de Fabiana Justus ressalta a importância da doação de medula óssea como uma esperança de vida para milhares de pessoas que lutam contra doenças hematológicas graves.
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