Se você já fez aquela tão sonhada viagem de verão para uma praia paradisíaca (antes da pandemia, claro!) e, após alguns mergulhos sentiu uma pontada insuportável dentro do ouvido, saiba que você não é o único. Mais comum do que parece, a otite pode afetar pessoas de todas as idades e tem “preferência” pelas altas temperaturas.
A médica otorrinolaringologista Maura Neves, que também é colunista de AnaMaria, conta que a infecção de ouvido pode ser média, quando ocorre atrás do tímpano, e é causada por vírus ou bactérias associados a problemas respiratórios, como rinite, sinusite, gripe e resfriado; ou externa, ocasionada por excesso de água nos ouvidos ou trauma causado pela inserção de objetos, como hastes flexíveis e grampos, por exemplo.
“Durante o calor, vemos um aumento da frequência da otite externa justamente por conta dos banhos de mar e piscina. O canal auditivo é bastante estreito. A água entra e não seca totalmente, deixando a pele muito úmida e gerando fissuras que levam às infecções”, explica a médica.
Bastante incômoda, a otite tem como sintomas a redução da audição, a sensação de ouvido tampado, dor aguda, zumbido, tontura e febre. “Na maioria dos casos, a perda auditiva é transitória e o paciente volta a ouvir normalmente no final do tratamento. Existem casos, porém, em que o tímpano é perfurado e aí a perda auditiva pode perdurar”, ressalta Maura.
O tratamento, segundo a especialista, é feito com remédios e, dependendo da gravidade, demanda que o paciente deve ficar 10 dias longe do mar e da piscina. Logo, para que a otite não estrague suas férias, é preciso evitar deixar a água entrar nos ouvidos e mantê-los sempre secos, mas sem usar objetos para limpar ou secar o órgão. “O cerúmen é produzido para proteger a pele do canal. Só deve ser removido se causar alterações auditivas”, diz a médica.
No caso das otites médias, Maura orienta a prevenção com o tratamento da rinite e vacinas para bactérias específicas, como as haemofilos, pneumocócicas conjugadas, vacina da gripe e outras, além de manter uma boa alimentação e descanso, que deixam a imunidade em alta.
NADA DE HASTES FLEXÍVEIS!
Abaixo, AnaMaria Digital separou algumas dicas para prevenir a otite. Confira!
1. Após nadar, seque os ouvidos com a ponta de uma toalha.
2. Se sentir a presença de água dentro do conduto, deite a cabeça para o lado e encoste a orelha em uma toalha para a saída do líquido.
3. Se a água não sair e, ao menor sinal de secreção no ouvido, que pode ser escura ou amarelada, procure ajuda de um otorrinolaringologista.
4. Evite o uso de hastes flexíveis dentro do ouvido: elas servem apenas para limpar a parte externa da orelha e não devem ser introduzidas no canal auditivo.
5. O ouvido úmido pode causar coceira, mas é extremamente importante não colocar nenhum tipo de objeto dentro do ouvido para aliviar a sensação. É preciso prestar atenção, principalmente nas crianças, para que não se machuquem.
6. Em caso de dores, não se deve pingar remédios caseiros. Apenas o médico poderá dar a orientação adequada.