“Minha filha tem só 10 anos e descobrimos que ela está com o colesterol alto. O que pode desencadear essa doença?” – T. S., por e-mail
São inúmeras as causas de colesterol alto na infância e adolescência. A principal delas é a alimentação rica em gorduras, o excesso de peso e o sedentarismo. Entretanto, algumas crianças e adolescentes terão colesterol alto mesmo seguindo uma dieta saudável. Isso porque elas podem ter condições genéticas que levam a esse aumento da taxa. Para fazer o diagnóstico, é necessária uma investigação completa da história clínica da criança, avaliações de
exame físico e laboratorial – este consiste na dosagem do perfil lipídico sem necessidade de jejum.
Vale dizer que o colesterol é um tipo de gordura do sangue. Ele é obtido por causa da alimentação, mas nosso próprio corpo também o produz. Ele é importante e saudável. Existem inúmeros hormônios e vitaminas, por exemplo, formados a partir dele. Sendo assim, em pequenas quantidades, o colesterol é um tipo de gordura saudável e necessária para o organismo. Quando em níveis altos no sangue e sob determinadas condições (diabetes, hipertensão e obesidade), o excesso de colesterol pode ser perigoso e se depositar na parede das artérias, causando a aterosclerose.
Como esse processo pode começar desde a infância, crianças entre 2 e 8 anos obesas, com diabetes e história familiar de colesterol alto e de infarto agudo do miocárdio, devem ter seu perfil lipídico avaliado. Entre 9 e 12 anos, todas as crianças devem ter seu colesterol avaliado pelo menos uma vez. As medidas recomendadas para a prevenção primária são mudanças no estilo de vida, caracterizadas por hábitos alimentares saudáveis, atividade física aeróbica regular, manutenção de peso saudável e ainda combate ao tabagismo e consumo de álcool.
* FERNANDA ANDRÉ (@drafernandaandre) – Endocrinologista pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB). Mestre em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).