Hoje você acordou com o pé direito, astral lá em cima, disposição, o maior pique. Mas bastou chegar ao trabalho para o cenário mudar completamente. Primeiro, deparou-se com a chefe, que estava toda nervosa com uma apresentação importante. Depois não teve como escapar dos desabafos daquela colega, que adora reclamar e sempre aluga você com queixas em relação ao marido, aos filhos, à sogra, ao acúmulo de funções… Resultado? No fim do dia – que tinha tudo para ser positivo e feliz –, você se sente angustiada, com baixo-astral e dor de cabeça! Também, todas as interferências somadas à vibração energética negativa das pessoas acabaram contaminando o seu humor e abalando o seu emocional.
Empatia desenfreada
Todas nós estamos sujeitas a absorver as emoções alheias e, consequentemente, sofrer com elas. No geral, isso ocorre com mais frequência nas pessoas muito sensíveis — que estão sempre de coração aberto para as necessidades daqueles que as cercam. “Às vezes, você quer tanto agradar alguém que, inconscientemente, diminui a sua energia na tentativa de acompanhá-lo e acolhê-lo. No entanto, não percebe o mal que está fazendo a si mesma se envolvendo além da conta com o problema que não é seu”, explica a terapeuta holística Jussara de Oliveira, do Hotel Ponto de Luz (SP). A intenção pode até ser boa, mas a questão é o preço que se paga. “Como se não bastasse ter que lidar com aflições que não lhe pertencem, você somatiza as vibrações negativas, transformando-as em problemas físicos. Pode ter náusea e dor nos ombros e na cabeça, por exemplo, após episódios de envolvimento”, afirma a psicóloga Natália Anauate, de São Paulo.
Mal-me-quer
Esse desdobramento é a prova de que corpo e mente estão intimamente ligados. Acontece assim: ao se incomodar com determinado assunto, o cérebro aciona mecanismos de defesa e coloca o corpo em estado de alerta. Daí o desgaste, que acaba atingindo o órgão mais fragilizado da pessoa. “Há quem fique abatida só de notar que o outro fez um gesto facial negativo ou ainda comece a sentir medo, raiva ou tristeza apenas de olhar uma amiga deprimida ou agressiva”, diz a terapeuta emocional Cidinha D’Agostinho, de São Paulo. Seja como for, é importante saber que temos o comando dos nossos pensamentos e, assim, é possível brecar as ameaças e adotar um padrão mental mais equilibrado e positivo.
Você no comando
Ninguém precisa se fechar numa bolha para se proteger dos ataques emocionais e viver bem. “Mas perceba em que momento as questões alheias promovem sensações negativas em você. Esse é o alerta de que ultrapassou a linha do saudável”, observa Natália. Confira algumas táticas:
✔ Não force a barra para suportar assuntos e companhias que lhe fazem mal. Retire-se do lugar e corte a conversa ou explique que tem dificuldade de falar disso.
✔ Observe as situações com as quais você se envolve além da conta e descubra o que invadiu o seu emocional. Às vezes, o acontecimento mexe com você justamente por remeter a assuntos que estão mal resolvidos na sua vida e que vem há tempos varrendo para baixo do tapete. Confronte o passado e resolva a pendência para se libertar.
✔ Fortaleça a autoestima. Quando estamos fragilizadas, o risco de algo que vem de fora abalar as nossas estruturas é muito grande. A chave é o autoconhecimento, que mostra fraquezas, mas também as qualidades para driblar as dificuldades. Quem tem uma boa visão de si mesma sabe os pontos que devem ser trabalhados e tende a buscar essa evolução. Daí, não se incomoda tanto com uma crítica ou comentário maldoso.
✔ Tome as rédeas. Ao concluir que a culpa é do outro, ficamos enfraquecidas, pois colocamos todo o poder nele. Os pensamentos são seus e você deve administrá-los. Busque uma nova estrutura mental, repetindo frases e ações positivas e de compaixão.