Cuidar da saúde vai além de se alimentar bem ou fazer exercícios: exige atenção aos sinais do corpo e visitas regulares ao médico. O check-up feminino, por exemplo, é um grande aliado nesse processo. A realização de exames de rotina pode antecipar diagnósticos, garantir mais qualidade de vida e, em muitos casos, salvar vidas.
Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação é que os exames periódicos façam parte da rotina das mulheres a partir dos 18 anos, mesmo que não haja sintomas. Mas, afinal, quais doenças esses exames ajudam a detectar? E por onde começar?
Vamos te mostrar os principais exames indicados para identificar três condições que afetam milhares de brasileiras todos os anos: doenças cardíacas, câncer de mama e endometriose.
Doenças cardíacas também fazem parte do check-up feminino
Você sabia que os problemas no coração são a principal causa de morte entre as mulheres brasileiras? A informação é da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que aponta que uma em cada cinco mulheres sofre com esse tipo de enfermidade.
Por isso, o check-up feminino precisa incluir exames voltados à saúde cardiovascular. O médico Felipe Villela Pedras, especialista em Medicina Nuclear da Clínica Villela Pedras, afirma: “Check-ups regulares sob orientação médica são essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce de condições cardíacas”.
Conforme explica o especialista, a Medicina Nuclear tem papel fundamental nesse cenário, oferecendo exames não invasivos, como a cintilografia de perfusão miocárdica (CPM), a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a ventriculografia radioisotópica. Além de seguros e acessíveis, esses exames avaliam com precisão o funcionamento do coração e permitem que o médico planeje intervenções antes que surjam complicações graves.
Câncer de mama: ultrassonografia também é importante
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 73 mil brasileiras podem receber o diagnóstico de câncer de mama até 2025. Isso reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, que podem começar com a realização da mamografia anual — especialmente para mulheres a partir dos 40 anos.
No entanto, há outros exames que complementam o rastreio. “Além da mamografia, a ultrassonografia mamária pode ser indicada com frequência, inclusive de forma semestral, conforme recomendação médica”, afirma Augusto Villela Pedras, radiologista da Clínica Villela Pedras.
Ele destaca que mulheres com implantes mamários devem realizar o exame com regularidade. “A ultrassonografia da mama não prejudica o implante e é muito eficaz para avaliar sua integridade”, explica. O procedimento também é indicado para pacientes jovens que perceberam alterações nas mamas, para diferenciar cistos de nódulos sólidos e em casos de mamas densas, nas quais a mamografia pode não oferecer uma imagem precisa.
Ou seja, o diagnóstico precoce do câncer de mama não depende apenas de um exame: o acompanhamento com um especialista é fundamental para determinar o melhor protocolo para cada mulher.

Endometriose: como o diagnóstico precoce faz a diferença
Apesar de comum, a endometriose ainda é uma doença subestimada. Silenciosa, ela pode se manifestar de diversas formas, como dor intensa durante a menstruação, sangramento intestinal ou urinário e dificuldade para engravidar.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 10% a 15% das mulheres em idade fértil sofrem com endometriose. O problema, no entanto, pode se manifestar desde a adolescência até a menopausa. Por isso, é essencial buscar um ginecologista diante de qualquer desconforto menstrual ou ginecológico.
Entre os exames mais solicitados para investigar a doença estão a ultrassonografia direcionada para endometriose e a ressonância magnética da pelve. Segundo Augusto, essas técnicas são completas e analisam desde os ovários até a parede do reto, incluindo bexiga, útero, endométrio, vagina e uretra.
O especialista reforça ainda que a ultrassonografia vem ganhando destaque no diagnóstico da endometriose: “É um exame menos claustrofóbico que a ressonância, tem ótima sensibilidade e pode avaliar aderências e a região retrocervical com mais precisão”.
Por que o check-up feminino precisa ser uma prioridade
Mais do que um compromisso com o bem-estar, o check-up feminino é um investimento na longevidade. Ao diagnosticar condições como câncer de mama, doenças cardíacas ou endometriose ainda no início, o tratamento se torna mais eficaz e menos agressivo.
Além disso, manter uma rotina de exames proporciona mais segurança para tomar decisões sobre estilo de vida, fertilidade e prevenção. Mesmo que não haja sintomas aparentes, vale lembrar que muitas doenças se desenvolvem de forma silenciosa — por isso, a consulta de rotina é tão importante quanto qualquer outro cuidado com a saúde.
De acordo com orientações da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), os exames de rotina devem fazer parte da vida da mulher desde os primeiros anos da vida adulta.
Resumo: Fazer o check-up feminino regularmente é essencial para detectar doenças como endometriose e câncer de mama de forma precoce. Além disso, ele permite o acompanhamento da saúde cardiovascular, que ainda é negligenciada por muitas mulheres. Com exames simples e acessíveis, é possível viver com mais qualidade e prevenir problemas que poderiam se agravar com o tempo.
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