Muitas pessoas confundem cefaléia (dores de cabeça) com enxaqueca devido à semelhança dos sintomas iniciais. No entanto, existem diferenças distintas entre as duas condições.
AnaMaria conversou com a neurocirurgiã Elisa Braun Rizkalla, que explica melhor as diferenças entre a cefaléia e a enxaqueca, os sintomas e possíveis tratamentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida. Confira:
Entenda o que é a cefaléia
Cefaléia é o termo médico usado para descrever qualquer tipo de dor ou desconforto na região da cabeça. É uma condição muito comum e pode ser causada por uma variedade de fatores.
A dor de cabeça é um sintoma comum que pode surgir por várias razões, como estresse, tensão muscular, problemas de visão, desidratação, ou gripe, entre outros. Geralmente, é de intensidade leve a moderada e pode afetar toda a cabeça.
Já a enxaqueca é um tipo específico de dor de cabeça mais intensa e recorrente. A enxaqueca pode causar alterações na visão, sintomas neurológicos, além de náuseas e vômitos.
Assim, a diferença principal entre dor de cabeça e enxaqueca está na intensidade e nos sintomas específicos. Enquanto a dor de cabeça pode ter diversas causas e ser menos intensa, a enxaqueca é um tipo particular com características distintas e frequentemente mais severas.
“Se a pessoa experimentar dores de cabeça frequentes e intensas e se as dores de cabeça vierem acompanhadas de outros sintomas, é importante buscar atendimento médico imediatamente. Estes sintomas podem indicar um problema mais grave que requer avaliação médica e tratamento adequado”, aponta Elisa.
Dor de cabeça ou enxaqueca? Saiba como diferenciá-las
Sintomas da cefaléia
Segundo a neurocirurgiã, para identificar o tipo específico de dor de cabeça, é importante prestar atenção aos sintomas associados à dor, como a localização, intensidade, duração, frequência e fatores desencadeantes.
Alguns sinais de alerta que indicam que uma dor de cabeça pode ser um sintoma de algo mais sério incluem:
- Dor de cabeça intensa e súbita, especialmente se vier acompanhada de sintomas como rigidez no pescoço, febre, alterações na visão, perda de consciência ou dificuldade para falar;
- Dor de cabeça que ocorre após um trauma na cabeça, como uma queda ou acidente;
- Dor de cabeça persistente e recorrente, que piora ao longo do tempo e não melhora com analgésicos;
- Dor de cabeça com sintomas neurológicos como dormência, fraqueza, alterações na fala, dificuldade para coordenar movimentos ou perda de equilíbrio;
- Dor de cabeça em pessoas com histórico de câncer, HIV/AIDS, doenças autoimunes ou outras condições médicas graves;
- Dor de cabeça acompanhada por convulsões;
- Dor de cabeça que piora ao tossir, espirrar ou fazer esforço físico.
Se você apresentar qualquer um desses sinais de alerta, é crucial buscar atendimento médico imediatamente. Esses sintomas indicam a necessidade de investigar a causa da dor de cabeça de forma detalhada e garantir o tratamento adequado o mais rápido possível.
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Tratamentos para a cefaléia
Certos hábitos, como padrões irregulares de sono e escolhas alimentares inadequadas, têm uma conexão significativa com o surgimento de dores de cabeça. Estudos frequentemente discutidos na Journal of Headache, indicam que a falta de sono adequado, dormir demais, consumo excessivo de alimentos salgados, açucarados e gordurosos, ingestão elevada de cafeína, desidratação e o consumo de álcool podem desencadear dores de cabeça em algumas pessoas.
“O sono irregular pode afetar os ciclos de sono e a regulação dos neurotransmissores no cérebro, o que pode predispor os indivíduos a dores de cabeça. Além disso, a má alimentação pode levar a deficiências nutricionais, desidratação e inflamação, que também estão relacionadas com a ocorrência de dores de cabeça”, afirma Elisa.
Portanto, é essencial adotar um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, padrões de sono regulares e boa hidratação, como medidas preventivas contra dores de cabeça.
Quais são os tratamentos mais eficazes para aliviar dores de cabeça frequentes?
“Existem diferentes tipos de medicamentos disponíveis, como analgésicos, anti-inflamatórios, triptanos e medicamentos preventivos que podem ser prescritos pelo médico para aliviar as dores de cabeça. Cada caso deve ser avaliado individualmente, para ser escolhida a medicação mais adequada ao paciente e sua rotina”, aponta a especialista.
Porém, também existem outras opções de tratamentos não medicamentosos que podem ser eficazes para reduzir a cefaléia e a enxaqueca. Veja quais são eles:
- Mudanças no estilo de vida: adotar hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios regularmente, garantir um sono adequado, reduzir o estresse e evitar fatores desencadeantes de dores de cabeça, pode ajudar a prevenir episódios frequentes;
- Terapia física: tratamentos físicos como massagem terapêutica, manipulação osteopática, acupuntura e fisioterapia, são eficazes para aliviar a tensão muscular e os sintomas de dor de cabeça;
- Terapia comportamental: abordagens terapêuticas comportamentais, como terapia cognitivo-comportamental e biofeedback, têm o potencial de ajudar no controle do estresse e da ansiedade, que são frequentemente associados ao desencadeamento de dores de cabeça;
- Abordagens complementares: algumas pessoas encontram alívio das dores de cabeça por meio de métodos alternativos como fitoterapia, acupuntura, meditação e aromaterapia.
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