O SUS vai incorporar novas estratégias para combater o vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável pelos casos de bronquiolite em bebês. A decisão, anunciada pelo Ministério da Saúde, trará duas novidades: o anticorpo monoclonal nirsevimabe e a vacina contra VSR para gestantes. A expectativa é que a medida reduza significativamente as internações e complicações respiratórias em crianças pequenas.
O que é bronquiolite e como o VSR afeta as crianças?
A bronquiolite é uma infecção respiratória que atinge, principalmente, bebês e crianças de até 2 anos. Ela causa inflamação nos bronquíolos, pequenas vias aéreas dos pulmões, dificultando a respiração. Em muitos casos, o VSR é o principal causador dessa condição, sendo responsável por mais de 60% dos casos de bronquiolite e cerca de 40% das pneumonias pediátricas.
Esse vírus é altamente contagioso e atinge quase todas as crianças até os 2 anos de idade. Além disso, pode deixar impactos a longo prazo, como chiado no peito e crises de broncoespasmo. Portanto, a prevenção é essencial para proteger a saúde respiratória dos pequenos.
Como funciona a vacina contra VSR oferecida pelo SUS?
A vacina contra VSR, aprovada no Brasil em abril de 2024, será oferecida gratuitamente pelo SUS. Ela é aplicada em gestantes entre a 24ª e a 36ª semanas de gestação, protegendo os bebês durante os primeiros meses de vida. Segundo estudos, a eficácia é de 81,8% até o terceiro mês e 69,4% até o sexto mês de vida do bebê.
Essa estratégia inovadora faz parte de um esforço para reduzir as hospitalizações e complicações graves causadas pelo VSR. Com a imunização das mães, espera-se uma queda significativa nos casos de bronquiolite em bebês, diminuindo também a necessidade de internações e cuidados intensivos.
Anticorpo nirsevimabe: proteção para bebês prematuros
Além da vacina contra VSR, o SUS também oferecerá o anticorpo monoclonal nirsevimabe. Esse medicamento é indicado para proteger bebês prematuros e crianças com comorbidades, fornecendo imunidade passiva contra o VSR por cerca de cinco meses.
O nirsevimabe já é usado por planos de saúde no Brasil e, agora, será disponibilizado gratuitamente, ampliando o acesso à proteção contra o VSR. Os especialistas comemoraram a novidade, destacando a importância da medida para reduzir as complicações respiratórias em grupos de risco.
A importância dessa medida para a saúde pública
A incorporação da vacina contra VSR e do anticorpo nirsevimabe no SUS marca um avanço significativo na imunização infantil no Brasil. Isso porque, além de proteger diretamente os bebês, essa estratégia deve reduzir o número de internações pediátricas e desafogar o sistema de saúde.
De acordo com especialistas, o VSR é uma das principais causas de internação em crianças com menos de um ano, sendo também responsável por um número significativo de óbitos entre lactentes. Com a nova política de imunização, espera-se um impacto positivo não só na saúde das crianças, mas também na rotina das famílias, que poderão evitar afastamentos frequentes do trabalho para cuidar dos pequenos.
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