Você sabia que o câncer de pênis é um dos poucos tipos de tumor que podemos prevenir com hábitos simples? No entanto, dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que, nos últimos dez anos, mais de 5,8 mil homens passaram pela amputação de pênis devido à doença. Isso representa uma média de 585 cirurgias por ano, um número alarmante que poderia ser reduzido com informação e cuidados básicos.
A falta de higiene adequada, a não vacinação contra o HPV e o diagnóstico tardio são os principais vilões dessa história. Segundo o urologista Luiz Otavio Torres, presidente da SBU, o Brasil ainda enfrenta índices preocupantes, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
Câncer de pênis: fatores de risco e prevenção
O câncer de pênis está diretamente ligado a condições como higiene inadequada, fimose, tabagismo e infecção pelo HPV. Além disso, baixas condições socioeconômicas e falta de acesso à informação agravam o cenário.
Para mudar essa realidade, a SBU recomenda quatro ações essenciais:
- Higiene diária do pênis com água e sabão, retirando o prepúcio para limpar a glande.
- Vacinação contra o HPV, disponível no SUS para alguns públicos e na rede privada para todos.
- Realização da postectomia (cirurgia para remover o prepúcio) quando necessário.
- Por fim, o uso de preservativo, para evitar infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV.
Esses cuidados simples podem salvar vidas e evitar mutilações.
HPV: um inimigo silencioso
O HPV é um dos principais fatores de risco para o câncer de pênis. Esse vírus, transmitido principalmente por relações sexuais sem proteção, pode causar lesões que evoluem para tumores. Por isso, a vacinação é tão importante.
A SBU alerta que, além da prevenção, o diagnóstico precoce é crucial. “O câncer de pênis, quando identificado no início, tem quase 100% de chance de cura sem necessidade de amputação”, explica Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, ao G1.
Sinais de alerta: quando procurar um médico
Fique atento a qualquer alteração no pênis, como caroços, feridas que não cicatrizam, secreções, áreas vermelhas ou sangramentos. Esses podem ser sinais de câncer de pênis.
O pico de incidência da doença ocorre entre 50 e 70 anos, mas a prevenção deve começar cedo. De acordo com os especialistas, a lavagem correta do pênis com água e sabão já reduz drasticamente os riscos.
Tratamento: do diagnóstico à cirurgia
O tratamento do câncer de pênis depende do estágio da doença. Em casos iniciais, uma biópsia e a remoção do tumor podem ser suficientes. Já em situações avançadas, a amputação de pênis pode ser necessária. Por isso, a SBU realiza campanhas de conscientização e mutirões de postectomias em todo o país.
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