Ser mãe é uma das experiências mais transformadoras da vida de uma mulher, mas também pode trazer desafios emocionais intensos. Muitas mães enfrentam o baby blues e depressão pós-parto, condições que causam tristeza, exaustão e até dificuldades na conexão com o bebê. Apesar de comuns, esses sentimentos ainda são cercados de tabus e incompreensões. Famosas como Isis Valverde, Samara Felippo e Lore Improta já compartilharam abertamente suas vivências, trazendo visibilidade à realidade de muitas mulheres que passam por essa fase delicada.
Isis descreveu momentos de profunda tristeza após o nascimento de seu filho, enquanto Samara relatou cansaço extremo e exaustão emocional. Lore, por sua vez, enfrentou semanas de tristeza intensa e choro fácil durante o baby blues. Essas experiências evidenciam como o puerpério pode ser desafiador. Entender os sinais dessas condições é essencial para que as mães recebam o suporte necessário e tenham sua saúde mental preservada.
O que é o baby blues?
O baby blues é uma condição emocional transitória que atinge até 80% das mulheres no período do pós-parto, segundo a psicóloga Katherine Sorroche, especialista em saúde mental da mulher. Ele costuma surgir entre o segundo e o quinto dia após o nascimento do bebê, podendo durar até 30 dias. Seus sintomas incluem tristeza súbita, cansaço extremo, irritabilidade e vontade de chorar sem motivo aparente.
Katherine explica que o baby blues é desencadeado pelo esgotamento físico e psicológico da gestação, trabalho de parto e as mudanças hormonais abruptas que ocorrem após o nascimento. Apesar de ser comum e esperado, esse estado emocional exige atenção, especialmente se os sintomas persistirem por mais de um mês, quando pode indicar um quadro mais grave, como a depressão pós-parto.
Lore Improta compartilhou que chorava sem motivo após o nascimento da filha, Liz. Essa experiência é típica do baby blues e pode ser agravada pelo cansaço, desafios na amamentação e mudanças na rotina da mãe.
Depressão pós-parto: sinais de alerta
Embora o baby blues seja temporário, algumas mulheres podem desenvolver depressão pós-parto, que afeta cerca de 10% a 20% das mães, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse transtorno vai além da tristeza e inclui sintomas como dificuldade em se conectar com o bebê, perda de interesse em atividades diárias, insônia ou sono excessivo, ansiedade e, em casos mais graves, pensamentos de autoagressão ou de machucar o bebê.
A psicóloga destaca que a depressão pode começar já na gestação, sendo chamada de depressão perinatal. Ela explica que “quanto mais cedo a intervenção, menores são os riscos de evolução do quadro”. Fatores como histórico de depressão, falta de suporte familiar e desequilíbrios hormonais podem aumentar a predisposição.
Isis Valverde relatou momentos de profunda tristeza e exaustão após o nascimento do filho, enquanto Samara Felippo descreveu se sentir emocionalmente drenada. Essas experiências refletem a complexidade da depressão pós-parto, que muitas vezes é subdiagnosticada devido ao estigma em torno da saúde mental.
O impacto das redes sociais e da autocobrança
As redes sociais também desempenham um papel significativo na saúde mental das mães. A idealização da maternidade perfeita, frequentemente exibida online, pode aumentar a autocobrança e o sentimento de inadequação. Katherine chama atenção para o “burnout materno”, uma exaustão emocional provocada pela pressão de ser uma mãe impecável.
“Hoje temos cursos e conteúdos para tudo, desde o parto até a alimentação do bebê. Isso aumenta a carga de estresse e pode contribuir para o esgotamento”, observa a psicóloga. Ela compara com a época de suas mães, quando o excesso de informações não era tão acessível, e recomenda que as mães filtrem o conteúdo consumido e evitem comparações.
Como prevenir e tratar baby blues e depressão pós-parto?
O suporte emocional é essencial para ajudar as mães que enfrentam baby blues e depressão pós-parto. Conversar abertamente sobre sentimentos, dividir tarefas com parceiros ou familiares e priorizar momentos de descanso são estratégias que podem fazer a diferença. Além disso, é importante buscar ajuda profissional se os sintomas persistirem ou se agravarem.
O tratamento pode incluir terapia, ajuste de vitaminas e hormônios, e, em casos mais graves, medicação prescrita por um profissional de saúde. A psicóloga reforça que “quanto mais cedo os medos e ansiedades forem abordados, mais fácil será compreendê-los e tratá-los”.
Falar sobre baby blues e depressão pós-parto é um passo importante para quebrar o tabu em torno da saúde mental materna. Experiências compartilhadas por mães famosas como Isis Valverde, Samara Felippo e Lore Improta mostram que essas condições podem atingir qualquer pessoa, independentemente de sua condição social. Com apoio, informação e tratamento adequado, é possível superar os desafios emocionais do pós-parto e garantir o bem-estar da mãe e do bebê.
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