A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou recentemente um novo Boletim InfoGripe apontando um crescimento expressivo nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e influenza A em todo o estado de São Paulo. Na capital paulista, o número de casos já atingiu o nível de alerta, reforçando a importância da atenção aos sintomas e da busca precoce por atendimento médico.
Mas, afinal o que é a Síndrome Respiratória Aguda Grave e quais sinais merecem atenção?
A SRAG não é uma doença específica, mas um quadro clínico grave causado por infecções respiratórias que comprometem os pulmões. Pode ter diversas origens — como vírus da gripe (influenza A e B), SARS-CoV-2 (COVID-19), vírus sincicial respiratório (VSR) ou adenovírus.
O problema é que, independentemente da causa, os sintomas evoluem rapidamente e exigem atenção médica imediata. A síndrome se caracteriza por inflamação intensa das vias aéreas inferiores, podendo levar à insuficiência respiratória aguda — quando o corpo não consegue receber oxigênio suficiente.
Principais sintomas e sinais de alerta
Os sintomas iniciais da SRAG podem se confundir com os de uma gripe comum, mas há sinais que indicam gravidade e devem acender o alerta:
- Falta de ar ou dificuldade para respirar;
- Cansaço extremo e fraqueza;
- Tosse persistente ou com secreção amarelada/esverdeada;
- Dor ou pressão no peito;
- Lábios ou pontas dos dedos arroxeados (cianose);
- Febre alta que não cede com antitérmicos;
- Queda na saturação de oxigênio (abaixo de 95%).
Esses sinais indicam que o quadro pode estar evoluindo para inflamação pulmonar grave, e a pessoa precisa ser avaliada com urgência.
Quando buscar ajuda médica ao sinais de Síndrome Respiratória Aguda Grave
É essencial não subestimar os primeiros sintomas. Pessoas com doenças respiratórias, cardíacas, diabetes, obesidade ou baixa imunidade devem procurar atendimento médico logo nos primeiros dias de febre, tosse ou cansaço.
Na suspeita de SRAG, o diagnóstico é confirmado por meio de exames clínicos e laboratoriais, incluindo radiografia ou tomografia de tórax e testes virais. O tratamento pode envolver suporte de oxigênio, antivirais e antibióticos, dependendo da causa identificada.
Como se proteger da Síndrome Respiratória Aguda Grave
A prevenção segue os mesmos princípios de outras infecções respiratórias:
- Mantenha a vacinação contra gripe e COVID-19 em dia;
- Evite aglomerações e ambientes fechados com pouca ventilação;
- Lave as mãos com frequência e use álcool em gel;
- Use máscara em locais com alta circulação de vírus respiratórios;
- Hidrate-se bem e mantenha uma alimentação equilibrada, fortalecendo o sistema imunológico.
Respire com atenção: o nariz é a primeira linha de defesa
Pouca gente sabe, mas o nariz é o principal filtro natural do sistema respiratório. É nele que o ar é aquecido, umidificado e purificado antes de chegar aos pulmões.
Quando há inflamação nasal crônica, rinite ou sinusite não tratada, o ar chega ‘sujo’ e seco aos pulmões — e isso aumenta o risco de complicações em quadros virais graves.
Manter o nariz limpo e hidratado com soro fisiológico e tratar corretamente as doenças nasais é uma das formas mais simples de reforçar a defesa respiratória.
O aumento dos casos de SRAG é um alerta de que o vírus da gripe e outros agentes respiratórios continuam circulando intensamente. Identificar precocemente os sintomas e manter hábitos de prevenção é fundamental para evitar complicações.
O corpo dá sinais quando algo não vai bem — e a respiração é um dos primeiros. Dificuldade para respirar nunca é algo banal. Procurar ajuda cedo pode fazer toda a diferença entre um quadro leve e uma internação grave.
Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros
Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP
Médico do corpo clínico do hospital Albert Einstein
Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial.
Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
https://www.instagram.com/dr.brunobarros/







