Não importa quantos anos você tem: a forma como se comporta hoje irá influenciar a sua saúde no futuro. Mas quais hábitos são essenciais para se ter uma vida longa e poder desfrutar dela com bastante disposição? Para responder a essa e a outras perguntas sobre envelhecimento, conversamos com Fábio Nasri, coordenador do programa de geriatria e gerontologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Inspire-se e mude de vez sua rotina!
Brasil, um país de velhinhos! Quando devemos começar a nos preocupar com a velhice?
Estima-se que daqui a dez anos seremos a 6ª nação mais velha do mundo. Primeiro, porque os casais estão tendo menos filhos, depois, porque a expectativa de vida aumentou. Hoje, ela é de 75,2 anos, três anos a mais do que há uma década. Isso se explica pois a qualidade de vida é muito melhor. Hoje, mais gente têm acesso a redes de esgoto, tratamentos de água, conservação de
alimentos… Além disso, temos feito mais exames de prevenção. Tudo isso contribui, mas há hábitos que podem fazer com que vivamos mais e melhor.
Quando devemos começar a nos preocupar com a velhice?
Desde sempre! Normalmente, antes dos 40 anos a maioria das pessoas goza de uma boa saúde, sem grandes complicações. Mas o que fazemos hoje e fizemos ontem vai influenciar lá na frente. A prevenção, aliás, começa antes de nascer. É papel da mãe se alimentar bem na gravidez, não beber, não fumar, fazer o pré-natal direitinho, o teste do pezinho no bebê, vaciná-lo… tudo isso vai
ajudar a garantir uma boa saúde na infância e na velhice também. Depois, a criança deve ter uma alimentação adequada, frequentar a escola, praticar algum esporte, dormir bem. Não adianta começar a se preocupar com o futuro só no futuro. As consequências virão depois. E lembre-se que nunca é tarde para adquirir hábitos mais saudáveis!
Depois dos 40 anos os cuidados devem aumentar?
Sim. Devemos ficar de olho nas doenças metabólicas, como diabetes, colesterol alto e hipertensão, pois são bem comuns nesta faixa etária, principalmente em quem não se cuidou ao longo da vida.
Qual o papel da alimentação?
Fundamental! Muitas vezes, os hábitos ruins começam na infância: hoje, são muitos os casos de crianças com diabetes e não é raro encontrarmos nos consultórios pequenos sofrendo com a obesidade infantil. Acontece que eles seguem o padrão de alimentação dos pais e isso acaba prejudicando sua saúde. O ideal é que toda a família evite gorduras e doces e invistam em alimentos naturais. Manter o corpo hidratado também é importante para que nosso organismo funcione como deve. Além disso, atividade física só faz bem!
Ter uma vida social ativa também é uma medida importante?
Certamente. Alguns estudos mostram um aumento na qualidade de vida e na longevidade em idosos que apresentam uma vida social intensa. E isso não significa apenas a participação em grupos de terceira idade. A pessoa deve conviver plenamente
com a família, se envolver nas questões de sua comunidade e participar de grupos religiosos, por exemplo. Ter um círculo de amigos com os mesmos interesses é importante para que o idoso se divirta e se distraia. Além de fazer bem psicologicamente, mantém o cérebro ativo, evitando a perda de memória, também comum nesse momento.
O que mais pode ser feito para se ter uma vida longa?
Dormir o necessário para se sentir descansado; não fumar e nem beber demais; usar protetor solar – já que, no Brasil, o câncer de pele é o mais recorrente; fazer exames preventivos e ficar atento aos sinais do corpo. Quando perceber algo de estranho, vá ao médico e siga as recomendações que ele passar. O corpo fala!