Nós perdemos cerca de 60 a 100 fios de cabelo diariamente, segundo a Sociedade Brasileira de Cabelo. Exatamente por isso, não é incomum encontrarmos fios espalhados pelo ralo do banheiro, travesseiro ou vê-los se desprendendo na hora de passar o pente no cabelo, por exemplo. Quando essa queda passa a ser em excesso, porém, é melhor procurar ajuda médica, pois pode ser alopecia.
Trata-se de uma doença caracterizada pela redução total ou parcial de cabelos em alguma região da cabeça – a chamada calvície. Dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD) apontam que o problema atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo mais de 100 milhões de mulheres afetadas. Entre elas, está a cantora Maraisa, da dupla com Maiara.
Recentemente, a sertaneja passou por uma transformação no visual em função do tratamento da alopecia. “Estou dando um descanso no aplique. Por quê? Eu sofro de alopecia androgenética. Sou carequinha aqui em cima”, contou no Instagram ao mostrar as entradas na raiz do cabelo.
Como mencionado pela cantora, a alopecia é dividida entre dois tipos principais: androgênica e areata. Ambos os casos não são contagiosos e afetam pessoas de todas as idades.
ALOPECIA ANDROGÊNICA
A calvície mais comum é a alopecia androgênica, que afeta os homens em maior escala do que as mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a perda de cabelo neles tende a se concentrar no topo do couro cabeludo. Já no caso delas, as falhas são difusas entre as regiões da cabeça, como as famosas “entradas”.
O problema pode ser desencadeado por inúmeros fatores de ordem genética e hormonal. Além disso, o excesso de hormônios andrógenos (masculinos) também pode ser associado à queda de cabelo – como o próprio nome indica.
ALOPECIA AREATA
Por sua vez, a alopecia areata é caracterizada por falhas circulares sem a presença de nenhum fio de cabelo. Em alguns casos, a perda dos fios pode ser discreta e, em outros, atingir todo o couro cabeludo. Um exemplo de famoso que sofre com esse tipo de calvície é Lucas Penteado, ator e ex-BBB 21.
Como ele, a veterinária Marina Brito, que hoje mora na Bahia, também enfrentou a alopecia areata no passado. Em entrevista à AnaMaria Digital, ela contou que as falhas na lateral da cabeça chegaram a atingir de 7 cm a 14 cm.
“Eu sempre tive muita queda de cabelo, então não notei nada diferente. Até que um dia estava no ônibus voltando para casa, vindo do trabalho, e senti um lugar com uma consistência diferente na cabeça, como se fosse só pele”, diz.
Crédito: Marina Brito/Arquivo pessoal
Ao consultar um dermatologista, Marina descobriu que as causas para a alopecia areata estavam associadas a fatores genéticos e hormonais, assim como o primeiro tipo, mas que a doença também poderia ser desencadeada por questões emocionais, como o estresse. As informações são as mesmas apontadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Eu fiz um monte de exames de sangue e deu tudo normal. Como estava muito tranquila na época, também achei que não era estresse. Então, descobri que minha avó já teve isso algumas vezes e fiquei um pouco desconfiada que pudesse ser genético mesmo”, pontua Marina.
PROBLEMAS DE AUTOESTIMA
Não apenas a aparência física da mulher é afetada pela calvície, como também a sua relação com a autoimagem. “Esse problema pode afetar as atividades psicológicas e sociais dos indivíduos, com impacto na qualidade de vida relacionada à saúde”, explica Carla Nogueira, dermatologista da Mais Cabello, clínica especializada em tratamentos capilares.
O depoimento de Marina, que também ficou abalada pela calvície, vai de encontro com a afirmação da profissional. “Foi horrível, eu fiquei um tempo bem mal. Quando começou a aumentar muito a mancha, eu achei que eu ia ficar careca. Só quando o cabelo começou a crescer, depois de um bom tempo, desencanei e aceitei aquilo. Acho que foi quase metade de um ano nessa questão do cabelo”, conta.
TRATAMENTO
A dermatologista explica que uma das técnicas mais procuradas pelas mulheres para o tratamento da calvície é o transplante capilar aliado à aplicação de vitaminas no couro cabeludo. De acordo com a profissional, o método proporciona os melhores resultados, além de uma rápida recuperação e poucas dores. “A implantação é feita introduzindo o folículo na direção e angulação correta do crescimento do cabelo, proporcionando naturalidade, sem aquele aspecto de cabelo de boneca”, explica a médica.
No caso de Marina, o tratamento foi feito através da aplicação de corticoide no couro cabelo, seguido da ingestão de comprimidos diários de ferro. Ao fim do processo, os resultados foram positivos e a veterinária se viu livre da alopecia.
“Meu cabelo começou a crescer nas áreas afetadas, mas cresceu bem branquinho e enrolado. Foi só quando ele chegou na altura do ombro que voltou a ficar preto e liso”, lembra.