É celebrado hoje o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, o tipo mais agressivo dos tumores femininos, embora menos frequente que os de colo de útero e o de mama. Por ser uma doença silenciosa, sem sintomas nas fases iniciais, grande parte das pacientes tem disgnóstico tardio, o que dificulta o tratamento e torna o câncer de ovário o tumor com menor sobrevida na mulher. E o alerta que nos traz a data de hoje é fundamental: segundo levantamento do Instituto Nacional de Cêncer (INCA), a estimativa para 2018 e 2019 é de mais de 6 mil novos casos no Brasil.
A oncologista clínica e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Angélica Nogueira Rodrigues, explica que um dos principais fatores de risco para o câncer de ovário é a obesidade e que é mais incidente em mulheres a partir dos 40 anos de idade (mas também pode atingir as mais jovens). “Também existem fatores genéticos altamente associados ao risco de desenvolvimento de tumores de ovário. Por isso, é essencial que médico e paciente estejam conscientes da importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento”, diz.
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Então que tal aproveitar a data para refletir sobre a sua vida e a importância das consultas periódicas com ginecologista? Confira abaixo tudo sobre o câncer de ovário, desde a doença e seus sintomas e tratamento até dicas de prevenção.
Você sabe para que serve o ovário?
Nós, mulheres, temos dois ovários, um de cada lado do útero, e eles apresentam funções essenciais para o desenvolvimento do nosso corpo. Eles são responsáveis pela produção dos dois hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a progesterona, que estão diretamente relacionados com a reprodução. Além disso, essas duas glândulas produzem e armazenam os óvulos, liberados um a cada mês até a menopausa, período em que paramos de ovular e, consequentemente, não podemos mais engravidar.
A doença
O câncer de ovário se caracteriza pelo desenvolvimento de um tecido doente na região. Ele pode ser dividido em três principais tipos:
Tumores epiteliais: “Cerca de 80% a 90% dos casos são tumores epiteliais. Eles começam na fina camada de tecido que cobre o lado de fora dos ovários. Possui maior incidência em mulheres acima dos 60 anos”, diz Michele Samora, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO).
Tumores do estroma: Começam no tecido ovariano, que contém células produtoras de hormônios.
Tumores de células germinativas: é o tipo mais raro. Começam nas células produtoras de óvulos e costuma ocorrer nas mulheres com menos de 50 anos.
Fatores de risco
Todas as mulheres correm perigo de ter câncer de ovário, mas as que apresentam mais riscos são as que possuem histórico familiar da doença, nunca ficam grávidas, menstruam muito cedo, tiveram menopausa depois dos 50 anos, têm mais de 60 anos, fumam ou sofrem de síndrome dos ovários policísticos.
Sinais de que algo está errado
“Os sintomas do câncer de ovário são discretos e raramente vão aparecer no estágio inicial da doença. E, quando aparentes, são confundidos com desconfortos”, afirma o oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Daniel Gimenes. Por isso, fique atenta e procure um especialista caso perceber:
– Aumento do volume do abdômen
– Dor abdominal ou na pelve
– Dificuldade para comer
– Distúrbios urinários, ou seja, necessidade urgente de urinar ou urinar mais vezes do que o habitual
Tem como prevenir?
“Infelizmente, não há exames específicos para detectar o câncer de ovário”, diz Michele. Mas estudos indicam que o uso de pílulas anticoncepcionais reduz o risco. “O número excessivo de ovulações pode levar ao surgimento de tumores. Por isso, o médico pode indicar como método preventivo o uso contínuo da medicação durante cinco anos. Isso pode diminuir em até 60% a chance de ter a doença”, explica Daniel. E realize os exames ginecológicos anualmente!
Tratamento
De acordo com especialistas, a definição do tratamento vai depender do tipo e do estágio da doença. E entre os fatores analisados estão ainda a idade e o desejo de ter filhos. Mas a cirurgia é o principal tratamento. Dependendo do caso, a quimioterapia pode ser indicada antes ou após a intervenção cirúrgica.