Desde que as apostas esportivas online foram regulamentadas no Brasil, em janeiro de 2025, o número de apostadores não para de crescer. Só em 2024, cerca de 15% da população brasileira participou desse tipo de atividade, segundo levantamento da Anbima em parceria com o Datafolha.
Diante desse cenário, o vício em apostas – conhecido como ludopatia – se tornou uma preocupação real. Para evitar que o entretenimento se transforme em transtorno, especialistas indicam estratégias de prevenção e autocuidado. A seguir, veja cinco atitudes importantes para manter o controle.
1. Encare as apostas apenas como diversão
O primeiro passo é entender o motivo que leva alguém a apostar. Se a expectativa é ganhar dinheiro e enriquecer, o risco de frustração – e de compulsão – aumenta.
“As apostas devem ser encaradas apenas como uma forma de entretenimento. Apostar é apenas diversão, não é investimento. Trabalhamos ativamente para manter essa perspectiva”, alerta Anderson Nunes, Head de Negócios da Casa de Apostas.
Afinal, por mais que existam vitórias pontuais, os resultados são aleatórios e não seguem lógica de retorno garantido.
2. Busque ajuda especializada
Perceber que o jogo está se tornando um problema é um sinal importante. Nesses casos, o ideal é procurar profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, além de grupos de apoio.
Existem iniciativas específicas para apostadores, como o programa COMPULSAFE, da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC). Com duração de até oito semanas, ele oferece acolhimento, orientação psicológica e ferramentas para lidar com o comportamento compulsivo.
Plataformas como Casa de Apostas, Betsul, HiperBet e o Grupo Ana Gaming (7k, Cassino e Vera) já aderiram ao programa.
3. Estabeleça limites dentro da plataforma
A maioria das plataformas permite que o usuário configure alertas e restrições personalizadas. Isso inclui o número de apostas diárias, o tempo gasto no site e o valor máximo que pode ser perdido.
Na Galerabet, por exemplo, o jogador pode acessar a ferramenta de “Jogo Responsável” direto no menu principal. O sistema monitora as ações em tempo real e intervém em caso de sinais de compulsão, entrando em contato com o usuário e promovendo ações de contenção.
4. Preste atenção aos sinais de alerta
Muitas casas de apostas realizam um acompanhamento do comportamento de seus usuários. Quando detectam padrões que indicam risco de ludopatia, emitem alertas com orientações e, em alguns casos, limitam o acesso do jogador.
Segundo João Fraga, CEO da Paag – empresa que desenvolve soluções tecnológicas para o setor –, essa atuação proativa é fundamental: “A identificação de padrões de comportamento de risco não pode ser deixada para depois e é parte essencial de um mercado saudável”.
5. Considere a autoexclusão em casos graves
Em situações mais críticas, em que os comportamentos compulsivos persistem, é possível ativar a autoexclusão. Essa ferramenta permite que o próprio usuário se afaste das apostas por um período ou de forma definitiva.
Na plataforma Ana Gaming, por exemplo, se o jogador ultrapassar os limites definidos por ele mesmo, novas transações são automaticamente bloqueadas. Em casos extremos, a conta pode ser suspensa ou encerrada, visando a segurança do usuário.
Resumo:
Com a regulamentação das apostas online, cresce também a atenção aos riscos do vício. Especialistas destacam cinco medidas fundamentais para prevenir a ludopatia: entender o papel das apostas, buscar ajuda profissional, configurar limites, estar atento aos alertas e considerar a autoexclusão em casos de risco.
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