Fazer um check-up anual é um dos hábitos mais importantes para identificar doenças silenciosas e garantir mais qualidade de vida. Ainda assim, muitas pessoas adiam os exames por acreditarem em mitos ou informações equivocadas. Segundo especialistas do Hospital São Marcelino Champagnat, entender o verdadeiro papel do check-up é o primeiro passo para cuidar da saúde de forma consciente e preventiva.
- “Quem se cuida bem não precisa de check-up.”
Errado. Ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos é essencial, mas não substitui a avaliação médica e os exames laboratoriais. Algumas doenças só são detectadas por meio de exames específicos, mesmo em pessoas com hábitos saudáveis.
- “Se eu não sinto nada, não preciso fazer exames.”
De acordo com o clínico geral Ricardo Gullit Ribeiro, do Hospital São Marcelino Champagnat, muitas doenças são silenciosas. “Hipertensão, diabetes e até alguns tipos de câncer podem evoluir sem sintomas perceptíveis. O check-up é a melhor forma de identificar alterações antes que se tornem graves”, diz.
- “Check-up completo precisa de dezenas de exames caros.”
Não necessariamente. A primeira etapa de um check-up é uma consulta médica detalhada. O especialista analisa o histórico familiar, estilo de vida e queixas do paciente, solicitando apenas os exames necessários para o perfil de risco.
- “Fazer check-up uma vez na vida já basta.”
Errado. “A frequência ideal é anual para adultos e idosos, podendo variar conforme as condições de saúde e fatores de risco individuais”, explica o cardiologista Vinícius Oro Popp, coordenador do serviço de Check-up do Hospital São Marcelino Champagnat.
- “Check-up garante que nunca vou ter doenças.”
O check-up não é uma garantia de imunidade. Ele reduz riscos, identifica problemas em estágios iniciais e aumenta as chances de sucesso no tratamento. A prevenção não é absoluta, mas é uma forma eficaz de agir antes que surjam complicações.
- “Check-up é só para idosos.”
Falso. Jovens adultos também precisam de acompanhamento médico. O check-up nessa faixa etária é fundamental para detectar colesterol alto, pré-diabetes e infecções sexualmente transmissíveis, condições que muitas vezes passam despercebidas.

- “Check-up serve apenas para diagnosticar doenças físicas.”
Errado. O check-up moderno avalia a saúde de forma integral. Além dos exames físicos, também considera aspectos como sono, estresse, alimentação e saúde mental. Em idosos, pode incluir avaliações de equilíbrio e risco de quedas.
- “Se o resultado do check-up deu normal, não preciso me cuidar.”
Mito. Mesmo com resultados dentro da faixa esperada, é essencial manter hábitos saudáveis. O check-up complementa – e não substitui – cuidados com alimentação, prática de exercícios e sono adequado.
- “Check-up faz mal por causa da radiação dos exames.”
Não. A maioria dos exames de rotina, como análises de sangue, urina e ultrassonografia, não envolve radiação. Quando há necessidade de tomografia ou raio-X, os procedimentos são realizados com segurança e somente sob indicação médica.
- “Quem não tem histórico familiar de doenças não precisa de check-up.”
Errado. Muitas doenças surgem de forma espontânea, mesmo em famílias consideradas saudáveis. O acompanhamento regular é fundamental para identificar riscos individuais e evitar diagnósticos tardios.
Prevenção é mais do que ausência de sintomas
Desmistificar o check-up é essencial para uma vida mais longa e saudável. Os médicos reforçam que a prevenção depende de acompanhamento contínuo e de uma visão integral do corpo e da mente. “Muito se fala em longevidade, mas pouco se pensa sobre a qualidade com que vamos viver todos os anos que nos restam”, finaliza Vinícius.
Resumo:
O check-up é uma ferramenta fundamental para detectar doenças silenciosas e preservar a saúde. Segundo especialistas, o acompanhamento médico deve ser periódico e personalizado, independentemente da idade ou do histórico familiar. Fazer exames preventivos não é excesso de cuidado, é investimento em bem-estar e qualidade de vida.
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