Meu filho tem apenas 2 aninhos e não quer comer nada. Não sei mais o que faço… Me ajuda, por favor!” – S. R., por e-mail
Não é raro que nessa idade a criança selecione alguns alimentos e recuse outros, especialmente vegetais e carnes. Na fase do terrible two (terríveis dois anos), além do cérebro da criança descobrir que pode fazer escolhas incansavelmente, resultando em muitos ‘nãos’, a seletividade alimentar pode aparecer. Quando mais acentuada, é chamada de neofobia alimentar e uma de suas características é o medo de experimentar novos alimentos. Nessa hora, forçar não é a melhor coisa.
A boa notícia é que esse comportamento tende a melhorar por volta dos 7 anos, mas o acompanhamento e orientação de um pediatra ou endocrinologista são fundamentais para que a seletividade não comprometa a saúde dela.
Veja algumas dicas que podem incentivar seu filho a se alimentar: alimente-se junto com a criança. O exemplo é o melhor estímulo; mantenha a rotina de horários das refeições; coloque no prato, junto aos alimentos um outro de ‘segurança’, que é aquela comida que você sabe que ele gosta; mude a forma de apresentação dos alimentos rejeitados; convide-o para montar junto o prato e, se possível, fazer as compras também, escolhendo verduras e frutas.
O envolvimento gera interesse; evite telas! A criança precisa estar ciente do que está comendo. Distrair não traz bons resultados a longo prazo; deixe que ele pegue com as mãos, sinta o cheiro e a textura. Assim, uma parte do receio diminui, já que começará a se familiarizar com o alimento; não recompense com outros alimentos gostosos. A criança irá associar que a comida é ruim e só as recompensas são boas; tente não mostrar sua frustração. Se o alimento de hoje foi rejeitado, aguarde alguns dias para oferecer novamente.
MUDANÇA DE UM DIA PARA O OUTRO
O apetite da criança pode mudar de um dia para o outro. Dentinhos nascendo, frustrações ou picos de crescimento podem aumentar ou diminuir o apetite. Se as taxas de crescimento estão em ordem, seu filho mesmo regulará sua saciedade sem colocar a saúde em perigo. Pode confiar nisso!
PREFERÊNCIA PESSOAL
Ao notar que seu filho recusa um alimento em particular diversas vezes, essa recusa pode ser simplesmente uma preferência pessoal. Pensar em substitutos é a melhor saída nesses casos.
*MONICA ROMEIRO @almanaquedospais / youtube.com/almanaquedospais Conselheira maternal, criadora do canal Almanaque dos Pais e autora do livro Vem cá me dar Um abraço.