As redes sociais se tornam mais importantes a cada edição do Big Brother Brasil e podem transformar o jogo dos participantes. Desde a participação de Manu Gavassi, se tornou comum que os Pipocas e Camarotes deixassem conteúdos prontos para qualquer situação do programa e também para criar uma conexão com sua torcida do lado de fora da casa, desde o emoji escolhido para representar até vídeos reagindo ao que acontece.
Marcos Moraes, CEO da empresa MM Estratégia de Imagem afirmou em entrevista à CARAS, que ter um bom gerenciamento das redes sociais é tão necessário quanto ser um bom jogador no do confinamento. “É um jogo aqui fora e outro lá dentro. Se não tem bons conteúdos, as coisas acabam perdendo o caminho, porque muita gente acompanha o reality pelas redes sociais”, explicou.
Isso pode ser comprovado a cada ano que passa. No BBB 23, por exemplo, a maquiadora Marília já tinha mais de 920 mil seguidores antes mesmo de estrear no programa. Já no grupo Camarote, Fred, Bruna Griphao, Aline Wirley, MC Guimê, Key Alves e Gabriel Santana estão na casa dos milhões. Ano passado, na 22ª edição do reality, Viny conquistou 1 milhão de internautas antes mesmo de entrar na casa.
Para o profissional, é importante que os perfis on-line dos confinados estejam de acordo com o objetivo de cada um dentro do jogo, seja ganhar seguidores, limpar a imagem ou até mesmo começar o trabalho como influenciador, e também com as preferências deles, a fim de humanizar o participante e aproximá-lo. “É um trabalho muito sério, porque quem está no BBB não tem noção das pedradas que está levando, ou os elogios. Não é postar por postar”, declarou.
Desde que famosos passaram a integrar o programa, no BBB 20, tornou-se mais recorrente que até mesmo os anônimos contratassem empresas para cuidar da imagem. O trabalho com a internet passou requerer mais cuidado e atenção, para evitar cancelamentos ou alavancar a carreira, como aconteceu com a campeã do BBB 21, Juliette Freire.
“Entrar por entrar é um tiro no escuro, é preciso ter um objetivo. Não é sobre ter um personagem, é sobre ir focado, como um trabalho. É importante estar alinhado com o escritório, a equipe de digital e o participante”, afirmou o especialista. Moraes disse que o contato com a empresa é feito antes mesmo da confirmação da participação no programa, já que, no caso dos anônimos, nenhum sabe antes se realmente integrará a edição.
Após várias entrevistas, os candidatos a brothers e sisters recebem uma ligação em janeiro pedindo mais uma bateria de gravações para conteúdos, mas não a confirmação de que serão participantes do reality show. “Quando isso acontece, nós fazemos uma força tarefa para fazer conteúdos. Quando eles vêm já é no dia do confinamento.”
Ele foi responsável pela gestão das redes de dois ex-BBBs bastante conhecidos, Gui Napolitano, do BBB 20, e Arthur Picoli, da 21ª edição do programa. Ele diz que a estratégia do “menos é mais” geralmente dá certo quando os confinados saem do programa, alertando que, aceitar todas as oportunidades pode render duras críticas, como foi o caso de Jade Picon, que aceitou o papel em Travessia, novela das 21h da Globo.
“O Arthur saiu com as pessoas tentando o cancelar, em prol do que ele viveu com a Carla Diaz no programa. Levamos dois meses para fazer as marcas entenderem o que ele poderia render”, contou. Muitos ex-BBBs conseguem contratos com marcas e trabalhos com publicidade, o que acontece de maneira direta nas redes sociais.
Moraes acrescenta que, tudo o que aconteceu dentro da casa pode afetar na carreira do lado de fora, e é preciso um apoio e trabalho para lidar com as consequências das ações. “Das três edições com famosos, Arthur Picoli é o Pipoca que mais trabalha e mais fatura. Menos é mais. É sobre não aceitar todos os programas de TV, todos os podcasts ou eventos“, concluiu o especialista.