Dez anos se passaram desde que Aline Dahlen teve sua passagem avassaladora pelo BBB. Entre “mocinhas e vilãs”, Aline teve a maior rejeição da edição, eliminada com 80% dos votos. Com quase uma semana no ar, a atriz, que agora é tri-campeã de fisiculturismo e estreia no cinema internacional, reflete que muita coisa mudou e aprova a diferença.
“Os participantes têm alguma vida pregressa interessante, famosos e anônimos. O público já não cai mais no papo do coitadinho, o mix tá bom”, avalia. Também sobre as diferenças através dos anos, Dahlen destaca a força das redes sociais. “O poder era praticamente exclusivo da TV e algumas poucas revistas. A internet permite que o público opine e interfira no programa”. E ainda dispara sobre a condução do programa: “Hoje o apresentador é isento, não toma partido e nem influência a audiência. Está bem melhor”.
Sobre sua edição, ela lembra de não ter baixado a cabeça para se encaixar na “turminha”. “Não acreditei em quase nenhum personagem que estava naquele BBB. Eu, atriz acusada de atuar, era praticamente a única original e orgânica. Não teve atuação. Mostrei minhas fraquezas e bravuras. A atriz não atuou. O público não estava acostumado a ver uma mulher que não se deixa pisar. ‘Ué? Mas não é a mocinha que deveria ser a estrela?’, se perguntavam. Automaticamente virei a vilã”, lembra.
Para ela, o fato de ter sido rejeitada foi por falta de identificação. “Hoje, dez anos depois, a mulher aprendeu que pode ser forte e também ser mocinha. Mas naquela época, não. A rejeição veio e precisei batalhar muito para mostrar de verdade quem eu era, sem corte ou edição”, diz.
SINCERONA
Sem papas na língua em 2014 e assim seguindo, Aline não teme em discordar do pódio de sua edição: “Dentre as opções que estavam na casa, a vencedora [Vanessa Mesquita] estava ‘ok’, mas o resto, não.” Para Aline, os vencedores de realities tornam-se ídolos e, por isso, precisam ser relevantes. “Eram apáticos”.
Tornando sua edição ainda mais marcante, a fisiculturista teve uma das experiências mais inéditas do programa. Em homenagem ao Dia das Mães, as mães dos participantes entraram na casa por alguns dias. “Minha mãe virou uma superstar naquele BBB”, relembra Aline sobre Dona Ledi, que mesmo tratando um câncer na época, encarou o desafio e deixou a casa com a filha no 12º paredão.
Já trabalhando como atriz na época em que entrou no programa, Aline conta que, ainda assim, seu faturamento pós-BBB ainda vinha da mãe. “Não ganhei absolutamente nada por causa do BBB, além de algumas sacolas de roupa após fazer algumas fotos e desfiles para uma loja. Era assim que pagavam ex-bbb na era ‘pré-influencers’”.
Ela avalia que o BBB a ajudou, apenas, a ter uma rede social forte. “Mas tudo o que conquistei foi com muito trabalho. E assim o dinheiro continuou vindo da minha mãe na época. Ainda darei muito orgulho a ela”, afirma. Dona Ledi faleceu em 2017.