Mesmo antes do início oficial do velório de Preta Gil, fãs já se reuniam em frente ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (25), para prestar suas últimas homenagens à cantora. Com cartazes e flores, o público presente expressou seu carinho com mensagens como “Descanse em paz, Preta” e “Vá com Deus, Preta Gil”.
O corpo da artista chegou ao Brasil na noite de quinta-feira (24), vindo dos Estados Unidos, onde ela passava por um tratamento experimental contra o câncer colorretal.
A cerimônia de despedida será dividida em dois momentos: das 9h às 13h, aberta ao público no Theatro Municipal. Em seguida, a cremação acontecerá de forma reservada no Cemitério e Crematório da Penitência, na zona portuária do Rio.
Entre uma cerimônia e outra, o corpo da cantora será levado por um carro especial do Corpo de Bombeiros, em cortejo pelas ruas da cidade. Ainda que Preta Gil tenha manifestado o desejo de ser levada em um trio elétrico, a escolha foi adaptada para manter a segurança do trajeto.
O percurso segue por locais simbólicos: Rua Araújo Porto Alegre, Av. Presidente Antônio Carlos e Rua Primeiro de Março, circuito dos megablocos onde Preta desfilou pela última vez com o Bloco da Preta. Depois, o trajeto avança pela Av. Presidente Vargas, Viaduto do Gasômetro e Av. Brasil até o Cemitério da Penitência, onde familiares e amigos próximos se despedirão de forma íntima.
Legado de Preta Gil
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta Gil cresceu entre grandes nomes da música brasileira. Era afilhada de Gal Costa e chamava Caetano Veloso de tio. Desde a infância, mostrava seu talento e carisma, imitando cantoras como Gretchen e as Frenéticas, como ela mesma adorava relembrar. Foi somente aos 28 anos que se lançou oficialmente como cantora, com o primeiro álbum, Prêt-à Porter.
Ela deixa o filho Francisco Gil, de 30 anos, e a neta Sol de Maria, de 9, além de seis irmãos. Preta também já havia enfrentado a dor da perda do irmão Pedro, vítima de um acidente de carro em 1990.
Em sua trajetória, ela somou conquistas não só na música, mas também em causas sociais, como o combate ao racismo, a valorização do corpo real e os direitos da comunidade LGBTQIAPN+.
O câncer
Preta Gil morreu no último domingo (20) em decorrência do câncer colorretal. A cantora estava em Nova York (EUA), onde passava por um tratamento alternativo para a doença, diagnosticada em janeiro de 2023.
Em agosto de 2023, passou por uma cirurgia de grande porte e uma histerectomia total abdominal, retirada do útero por meio uma incisão no abdômen. No ano seguinte, ela revelou que precisou amputar o reto. Em seguida, realizou sessões de quimio e radioterapia.
No final daquele ano, chegou a anunciar a remissão do tumor, mas a doença voltou em agosto de 2024, atingindo outros órgãos: dois linfonodos, o peritônio e o ureter.
Na tentativa de seguir com o tratamento, buscou uma segunda opinião médica no exterior e realizou uma nova cirurgia, desta vez com duração de 20 horas, para retirada dos tumores. O procedimento foi feito nos Estados Unidos, no hospital Memorial Sloan Kettering Cancer Center, referência internacional em oncologia.
Ao longo de dois anos, compartilhou com os fãs cada etapa do tratamento: as cirurgias, os desafios e até os momentos mais delicados, como o fim do casamento com o personal trainer Rodrigo Godoy devido à traição e o choque séptico que quase a levou.
Resumo: O velório de Preta Gil aconteceu nesta sexta-feira (25) no Theatro Municipal do Rio e contou com a presença de fãs e familiares. Após o cortejo, o corpo seguiu para cremação em cerimônia privada. A cantora deixa um legado marcante de luta e representatividade, além de uma trajetória corajosa na batalha contra o câncer.
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