A SpaceX voltou a ser protagonista em mais uma missão espacial. Dois astronautas, que deveriam ficar oito dias na Estação Espacial Internacional (ISS), seguem no espaço há nove meses. Problemas técnicos na cápsula Starliner, da Boeing, impediram o retorno da dupla.
Depois de meses de espera, a solução veio de uma empresa rival. A espaçonave Crew Dragon, da SpaceX, foi enviada para resgatar os astronautas. A operação faz parte da rotação programada da tripulação da ISS.
O resgate feito pela SpaceX
No domingo (16), imagens ao vivo mostraram a espaçonave Crew Dragon atracando na ISS. Pouco depois das 8h45 (horário de Brasília), a escotilha foi aberta, e os astronautas se abraçaram com a tripulação que chegou para o resgate.
Butch Wilmore e Suni Williams, que partiram em junho de 2024 para um voo teste, ficaram meses presos na ISS. A Boeing enfrentou falhas técnicas em sua espaçonave Starliner, impossibilitando a volta segura dos astronautas. Diante desse cenário, a Nasa optou por aguardar a missão de troca de tripulação e trazê-los de volta na Crew Dragon, da SpaceX.
A expectativa é que o retorno ocorra após dois dias de transferência. No entanto, esse prazo pode ser ajustado, dependendo das condições climáticas. “O tempo tem que cooperar, então vamos ser pacientes caso ele não esteja favorável”, afirmou Dana Weigel, gerente do programa da ISS.
Apesar da longa estadia, Wilmore e Williams disseram estar confortáveis na estação espacial. No entanto, o pesquisador Simeon Barber, da Open University, pondera que a extensão da missão impactou suas vidas pessoais. “Quem sai para um trabalho de uma semana não espera ficar quase um ano fora”, destacou.
Falhas na espaçonave da Boeing
A missão da Starliner sofreu diversos atrasos ao longo dos anos. Quando finalmente foi lançada, enfrentou problemas na atracação com a ISS e falhas nos propulsores, essenciais para o retorno seguro à Terra. Além disso, vazamentos de gás hélio no sistema de propulsão comprometeram ainda mais a segurança da nave.
Mesmo diante dos problemas, a Boeing garantiu que a espaçonave poderia trazer os astronautas de volta. A Nasa, porém, optou por um plano mais seguro. Com a possibilidade de usar a Crew Dragon, a agência preferiu evitar riscos desnecessários.
Para a Boeing, a decisão foi um grande revés. “Não é uma boa imagem ver astronautas que levaram ao espaço retornarem em uma nave concorrente”, comentou Barber.
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