O Até Logo a Divaldo Franco
A Terra fica mais pobre. O”céu” enriquece!
Vou pedir licença pra utilizar este espaço para homenagear a vida e obra de Divaldo Franco maior divulgador da Doutrina Espírita no mundo e um dos maiores médiuns dos últimos tempos, desencarnado no último dia 13 de maio do corrente ano.
Fundador e mantenedor de uma das mais belas obras sociais que este País já viu, a Mansão do Caminho, situada no carente bairro do Pau da Lima, em Salvador, onde são atendidas e acolhidas em inúmeras demandas, mais de 5 mil pessoas diariamente, obra esta que eu tive o privilégio de frequentar ao logo dos mais de 50 anos em que convivi intimamente com Divaldo, graças à amizade dele com meus pais, que o hospedavam em todas as suas visitas no Estado de São Paulo, que não eram poucas.
Cresci recebendo Divaldo em casa como um parente próximo. O tempo foi passando e meus filhos nasceram e cresceram tendo ele como um membro da família, de modo que até tinham uma certa dificuldade de entender o impacto que a presença dele causava na vida das pessoas por onde passava.
Divaldo desencarnou aos 98 anos, sendo que quase 80 deles dedicados integralmente à divulgação da paz, da abnegação, da tolerância e do amor ao próximo, inspirando vidas e obras em todos os cantos do Brasil e do mundo, alcançando pessoalmente quase 70 países, semeando núcleos espíritas e obras sociais.
Seus quase 300 livros psicografados levaram orientação, inspiração e consolo a milhões de pessoas em várias línguas, o que eterniza sua presença global, levando a ONU a declará-lo Embaixador da Paz Mundial.
Sua desencarnação deixa um vazio entre nós, mas preenche um incalculável espaço no Plano Espiritual, de onde ele continuará a trabalhar pelo bem, certamente continuando sua missão, agora como inspirador e mentor de todos que sintonizem com o bem.
Divaldo tinha uma personalidade marcante, opiniões firmes, mas nunca usou sua voz para criticar, atacar ou julgar quem quer que fosse, mesmo sendo criticado, atacado e julgado por diversas vezes. Ele se entristecia, mas entendia que era parte do processo e seguia adiante cada vez mais forte, pois sua vida foi lastreada em obras concretas, incontáveis obras com um alcance incalculável.
Ele viveu o que pregou! Dedicou sua vida ao próximo! Não se casou, não constituiu patrimônio, viveu com o salário de funcionário público concursado, doou os direitos dos milhões de livros vendidos, bem como o valor de todos os bens que recebeu de presente.
Alguns presentes ele até “repassava”. Eu mesmo guardo comigo uma gravata verde (gosto questionável) que ele “terceirizou” para mim. Uso-a com todo orgulho do mundo.
Depois da pandemia Divaldo ficou mais recolhido, mas ainda troquei umas mensagens de whatsapp em algumas ocasiões. Eu sempre respeitei o excesso de atividades dele, limitando ao máximo os contatos.
Agora a comunicação ficou mais fácil. Em minhas orações mando mensagens de carinho e admiração todos os dias. Pode ser que ele não responda, mas sei que recebe. Se eu me esforçar e fizer por merecer, poderei reencontrá-lo quando eu também me encontrar do outro lado, certamente muitos andares abaixo. Um dia eu chego lá.
Edosn Sardano