No último sábado, uma lancha afundou nas proximidades da Ilha da Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras, localizada a 25 quilômetros da costa de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. A tragédia, que envolveu três pessoas a bordo, deixou duas vítimas fatais — uma delas identificada como uma mulher de 56 anos — e ainda mantém um desaparecido.
Enquanto a investigação do acidente náutico continua, o episódio reacendeu o interesse público sobre a ilha, considerada uma das mais enigmáticas do Brasil.
O que é a Ilha da Queimada Grande?
Cercada de histórias, a Ilha da Queimada Grande ganhou fama mundial por abrigar a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), uma espécie de serpente única e que não existe em nenhum outro lugar do planeta. Esse detalhe faz com que o local seja conhecido popularmente como Ilha das Cobras.
A área é protegida e sua entrada é restrita. Apenas pesquisadores autorizados pelo ICMBio podem desembarcar na ilha, mediante a apresentação de projetos de pesquisa e uso de equipamentos especiais, já que a presença de cobras é intensa.
Jararaca-ilhoa: por que a espécie é tão rara?
Considerada criticamente ameaçada de extinção pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) e também pelo ICMBio, a jararaca-ilhoa é alvo constante de traficantes de animais silvestres. Esses criminosos tentam capturar exemplares para o mercado ilegal, o que aumenta ainda mais os riscos de desaparecimento da espécie.
De acordo com especialistas do Instituto Butantan, a serpente desempenha papel essencial no equilíbrio ecológico da ilha. Além disso, seu veneno é objeto de estudos científicos para a produção de medicamentos e antídotos.
Como funciona a pesquisa científica na Ilha das Cobras
Embora proibida para visitantes comuns, a ilha é um verdadeiro laboratório natural. Pesquisadores de universidades brasileiras e do próprio Instituto Butantan realizam expedições controladas, utilizando roupas especiais, pinças herpetológicas e tubos de contenção.
O objetivo é entender melhor a evolução da jararaca-ilhoa, preservar seu habitat e estudar as interações entre diferentes espécies. Segundo os cientistas, esse espaço isolado oferece informações valiosas sobre biodiversidade e conservação.
Por que a ilha desperta tanta curiosidade
Além da aura de mistério, a combinação de perigo e beleza natural transforma a Ilha das Cobras em um local fascinante para a ciência e para o imaginário popular. Entretanto, o acesso restrito é fundamental para garantir a preservação ambiental e evitar tragédias.
O naufrágio recente chamou atenção para esse ambiente protegido, lembrando que, apesar da curiosidade, a segurança e o respeito à natureza devem vir em primeiro lugar.
Resumo: A tragédia envolvendo a lancha próxima à Ilha da Queimada Grande trouxe novamente à tona o debate sobre preservação ambiental e segurança. A região, marcada pela presença exclusiva da jararaca-ilhoa, segue como um dos maiores símbolos de mistério e ciência do Brasil.
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