O Brasil segue sendo o maior país católico do mundo, mas a Igreja Católica já sente o peso de novos desafios. Mesmo com todo o esforço de papa Francisco, que faleceu em 21 de abril de 2025, a missão de manter a força da fé católica no país continua sendo enorme.
Apesar do crescimento das igrejas evangélicas, o catolicismo ainda tem uma presença muito grande. São mais de 12 mil paróquias espalhadas pelo país, segundo levantamento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Além disso, o Brasil também tem o maior número de bispos do mundo: 490 ao todo, sendo 318 na ativa.
No entanto, como apontam especialistas, a influência da Igreja Católica nas decisões da sociedade e no cotidiano das pessoas vem diminuindo. Ao mesmo tempo, o número de evangélicos cresce de forma constante.
A perda de fiéis preocupa a Igreja Católica
Se olharmos para os números, veremos uma tendência preocupante. Em 2000, cerca de 74% dos brasileiros se declaravam católicos. Dez anos depois, esse número caiu para 65%. Dados mais recentes, como os da pesquisa Datafolha, mostram que, em 2020, apenas metade da população ainda seguia a fé católica.
Mas o que explica essa mudança? Especialistas afirmam que a perda de fiéis não acontece porque as pessoas deixam de acreditar em Deus, mas sim porque procuram outras formas de viver a sua fé. Muitas vezes, optam por religiões evangélicas mais conservadoras.
Além disso, muitos brasileiros se dizem católicos apenas de nome. Segundo a professora Lidice Meyer Pinto Ribeiro, nossa formação cultural carrega valores católicos, mas nem sempre essa herança se reflete na prática religiosa do dia a dia.
O legado do papa Francisco e o futuro da Igreja Católica
Durante seu pontificado, o papa Francisco buscou modernizar e aproximar a Igreja das pessoas. Mesmo assim, parte do clero manteve uma postura mais conservadora, o que, para alguns estudiosos, acabou afastando fiéis, principalmente das classes populares.
Para reverter a situação, especialistas sugerem que a Igreja Católica precisa apostar mais em ações comunitárias, aumentar sua presença na mídia e se inspirar em modelos de evangelização mais carismáticos, como os de Frei Gilson e padre Marcelo Rossi.
De qualquer forma, o desafio é grande. Afinal, como lembra o teólogo Gerson Leite de Moraes, é preciso não só trazer novos fiéis, mas também cuidar com carinho daqueles que seguem firmes na fé católica, mantendo acesa a chama que faz do Brasil o maior país católico do mundo.
Leia também:
A última mensagem do Papa Francisco: “A paz é possível”