O furacão Melissa segue deixando um rastro de destruição e preocupação no Caribe. Depois de devastar a Jamaica e atingir o leste de Cuba com ventos de até 195 km/h, o fenômeno agora desperta atenção por outro motivo: os efeitos que pode provocar no clima no Brasil. Meteorologistas apontam que as anomalias oceânicas e atmosféricas ligadas à tempestade devem influenciar o regime de chuvas e temperaturas no norte do país.
Entenda o poder do furacão Melissa
Formado no Atlântico tropical, o furacão Melissa chegou a categoria 5 — o nível mais alto da escala Saffir-Simpson — com ventos que alcançaram 300 km/h. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), trata-se de um dos ciclones mais intensos já registrados na região em mais de 170 anos. Ao atingir Cuba na madrugada desta quarta-feira (29), o fenômeno perdeu força, mas ainda provocou maré de tempestade, deslizamentos de terra e inundações.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, relatou “danos extensos” e destacou que mais de 700 mil pessoas foram retiradas de suas casas. Já na Jamaica, o primeiro-ministro Andrew Holness classificou o evento como a “tempestade do século”. As autoridades ainda contabilizam os prejuízos, que incluem destruição de estradas, hospitais e moradias.
Como o furacão pode interferir no clima do Brasil
De acordo com especialistas da Climatempo, os impactos de Melissa não se limitam ao Caribe. A interação entre o furacão, o aquecimento anômalo do Atlântico e a presença do fenômeno La Niña no Pacífico cria um sistema atmosférico interligado. Esse cenário pode alterar o clima no Brasil, especialmente na região Norte.
Os meteorologistas explicam que as mesmas anomalias que favoreceram a formação de Melissa também intensificam a Zona de Convergência Intertropical — faixa de nuvens responsável pelas chuvas na Amazônia, norte do país e parte da Colômbia. Por isso, é provável que o Brasil registre precipitações mais intensas e frequentes nas próximas semanas, além de variações de temperatura atípicas para o período.

Mudanças climáticas agravam eventos extremos
O caso do furacão Melissa reforça um alerta global: os eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. O aumento da temperatura dos oceanos fornece mais energia para a formação de tempestades, furacões e ciclones tropicais.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Atlântico tem apresentado índices recordes de aquecimento, o que amplia o risco de fenômenos destrutivos. Assim, embora o Brasil não esteja diretamente na rota de furacões, o país sente seus reflexos por meio de instabilidades atmosféricas, aumento das chuvas e ondas de calor cada vez mais longas.
Monitoramento e prevenção são fundamentais
A Climatempo e outras agências meteorológicas utilizam tecnologia de ponta para acompanhar o comportamento do furacão Melissa e suas repercussões. Esse monitoramento permite antecipar cenários de risco, emitir alertas e orientar autoridades públicas, agricultores e empresas que dependem de previsões climáticas precisas.
Segundo o meteorologista Michael Brennan, diretor do NHC, ainda há risco de deslizamentos e enchentes nas ilhas do Caribe. Já no Brasil, o acompanhamento constante ajuda a evitar surpresas e preparar as regiões mais vulneráveis para períodos de chuva intensa.
Resumo: O furacão Melissa devastou o Caribe e deve provocar reflexos no clima no Brasil. Especialistas alertam que o aquecimento dos oceanos e as mudanças climáticas intensificam esses fenômenos. A atenção agora se volta ao monitoramento das próximas semanas, especialmente na região Norte.
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