O assassinato de Eliane de Grammont voltou a ser lembrado neste sábado (20), após a morte do cantor Lindomar Castilho. O caso, ocorrido em 1981, permanece como um dos episódios mais chocantes da história cultural brasileira, tanto pela violência quanto pelo local onde aconteceu: um palco, durante uma apresentação musical.
Eliane tinha apenas 26 anos e construía sua carreira como cantora quando foi morta a tiros em um bar de São Paulo. O crime interrompeu não apenas uma apresentação, mas também uma trajetória artística promissora.
O caso Lindomar Castilho e o relacionamento com Eliane
O caso Lindomar Castilho teve início anos antes do crime. Lindomar e Eliane se conheceram nos corredores da gravadora RCA e se casaram em 1979. Da relação nasceu uma filha, Liliane. No entanto, o casamento foi marcado por conflitos, ciúmes e agressões físicas.
Segundo relatos posteriores, Eliane chegou a pedir o desquite após episódios de violência. Mesmo separados, Lindomar não aceitou o fim do relacionamento, o que agravou ainda mais a situação.
A noite do crime e o crime passional no Brasil
No dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o bar Belle Époque, onde Eliane se apresentava. Durante o show, ele efetuou cinco disparos enquanto ela cantava a música “João e Maria”, de Chico Buarque. A cantora foi socorrida, mas morreu a caminho do hospital.
Na época, o episódio foi tratado como crime passional, expressão comum naquele período para definir assassinatos cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Hoje, o termo é amplamente questionado, pois tende a minimizar a gravidade da violência.
Repercussão e a condenação
O assassinato causou forte comoção pública e reforçou debates sobre violência contra a mulher, ainda incipientes no início dos anos 1980. Lindomar foi preso em flagrante e condenado em 1984 por homicídio. Ele cumpriu parte da pena em regime fechado, passou ao semiaberto e deixou a prisão em 1996.

Carlos Randall, músico que acompanhava Eliane naquela noite, também foi baleado e sobreviveu. Anos depois, ele relatou o impacto duradouro do episódio em sua vida pessoal e profissional.
A morte de Lindomar Castilho e a retomada do caso
Lindomar Castilho morreu no sábado (20). A notícia foi divulgada por sua filha, Liliane, que aproveitou o momento para relembrar publicamente o impacto do crime em sua vida.
Em sua manifestação, ela destacou que a violência destruiu não apenas uma pessoa, mas uma família inteira. A morte do cantor, portanto, trouxe novamente à tona o assassinato de Eliane de Grammont, reforçando a importância de manter viva a memória do caso e suas consequências.
Resumo: A morte de Lindomar Castilho reacendeu a lembrança do assassinato de Eliane de Grammont, cometido em 1981. O caso marcou a história da música brasileira e permanece como referência nos debates sobre violência contra a mulher e crimes cometidos por ex-companheiros.
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