Cinco pessoas da mesma família morreram após comerem arroz envenenado em Parnaíba (PI). O caso aconteceu em 1º de janeiro e chocou o país. No dia 24, uma vizinha também faleceu sob suspeita de envenenamento.
A polícia investiga a possibilidade de um padrasto e sua esposa serem os responsáveis pelos crimes. Duas pessoas foram presas. O caso ganhou ainda mais atenção por um histórico de mortes semelhantes na família.
Em agosto de 2024, duas crianças faleceram após serem envenenadas. Na época, uma vizinha chegou a ser presa, mas foi solta após o novo crime. Agora, investigadores revisam todos os fatos.
Arroz envenenado: quem são os suspeitos?
Francisco de Assis Pereira da Costa: padrasto e suspeito
Francisco, 53 anos, é investigado por envolvimento nas sete mortes. Ele vivia com Maria dos Aflitos, 52, mãe e avó das vítimas. Preso desde 9 de janeiro, ele nega os crimes.
A polícia acredita que Francisco e Maria “queriam se livrar” da família. A casa onde moravam abrigava 11 pessoas, e o suspeito demonstrava desprezo pelos enteados.
Em depoimentos, ele usou termos depreciativos para se referir às vítimas. Chamou Francisca de “boba” e “matuta” e os filhos dela de “primatas”. Segundo a investigação, ele não aceitava viver com eles.
A polícia também encontrou materiais nazistas em um local de acesso restrito a Francisco. Entre os itens, havia o livro “Médicos Malditos”, onde um trecho sobre venenos sem gosto e cheiro chamou a atenção dos investigadores.
O pesticida utilizado nos crimes, terbufós, tem essas mesmas características. Francisco nega ter cometido os assassinatos.
Maria dos Aflitos Silva: mãe e avó das vítimas, e suspeita
Maria, esposa de Francisco, é suspeita de envolvimento nas mortes. Ela morava com o marido, seis filhos e três netos.
Foi presa após a morte de Maria Jocilene da Silva, 41, vizinha da família. Segundo a polícia, a idosa tentou simular um suicídio da vizinha para incriminá-la e ajudar Francisco a sair da cadeia.
Ao ser abordada pelos policiais, Maria tentou afastar suspeitas. Disse que Jocilene teve um infarto, mas depois confessou o crime. Em depoimento, afirmou que Francisco foi o responsável pelos outros assassinatos.
A polícia também revelou que Maria e Jocilene tinham um relacionamento amoroso, fato que Francisco sabia.
Lucélia Maria da Conceição Silva: vizinha e primeira suspeita
Lucélia, 52, foi acusada de matar duas crianças em agosto de 2024, com cajus envenenados. Elas eram filhos de Francisca, uma das vítimas do arroz envenenado.
Maria e Francisco apontaram Lucélia como culpada, e ela ficou presa por cinco meses. Sua casa chegou a ser incendiada por vizinhos revoltados com o crime.
Porém, exames do IML mostraram que os cajus não tinham veneno. Lucélia foi solta em 13 de janeiro. Novas investigações revelaram que as crianças tomaram suco envenenado com o mesmo pesticida usado nos outros crimes.
As vítimas do arroz envenenado
Francisca Maria da Silva, 32, morreu em 7 de janeiro. Ela ingeriu o arroz envenenado em 1º de janeiro. Era filha de Maria e enteada de Francisco. Perdeu os cinco filhos, também envenenados.
Manoel Leandro da Silva, 18, faleceu em 1º de janeiro, enquanto recebia socorro. Era irmão de Francisca e filho de Maria.
Maria Jocilene da Silva, 41, morreu em 24 de janeiro. Internada após ingerir café envenenado, também havia comido o arroz contaminado no início do ano. Ela era vizinha das vítimas e tinha relação amorosa com Maria dos Aflitos.
As três crianças de Francisca morreram após comerem arroz envenenado:
- Igno Davi Silva, 1 ano e 8 meses, faleceu em 2 de janeiro;
- Maria Lauane Fontenele, 3 anos, morreu em 6 de janeiro;
- Maria Gabriela da Silva, 4 anos, faleceu em 21 de janeiro, após 18 dias internada na UTI.
Outras duas crianças, que também eram filhos de Francisca e netos de Maria dos Aflitos, foram envenenadas com suco em agosto de 2024.
- João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu em 28 de agosto;
- Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, faleceu em 10 de novembro, após mais de 60 dias internado.
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