A calcinha absorvente é uma opção prática para pessoas que querem maior conforto durante o período menstrual, aliado a um impacto positivo ao meio ambiente. O produto da marca Pantys, fabricado em algodão – o tecido mais indicado pelos ginecologistas, uma vez que permite maior circulação de ar na região íntima -, conta com três camadas: a primeira absorve todo o fluxo, deixando a superfície que fica em contato com a pele bem sequinha; a segunda, absorvente, retém todo o líquido; a terceira, impermeável, impede possíveis vazamentos.
A marca ainda afirma que todos os modelos possuem a tecnologia patenteada de secagem rápida, impermeáveis, respiráveis e anti-bactérias. Além disso, cada produto dura em média 50 lavagens (cerca de dois anos, dependendo do tempo de fluxo e a quantidade de calcinhas para revezar).
De acordo com o fabricante, em um ano usando as calcinhas, o consumidor deixa de usar 400 absorventes descartáveis, que equivalem a R$300 e 4kg de lixo. Vale lembrar que os produtos descartáveis são feitos com plástico, componente que demora cerca de 500 anos para se decompor. Por isso, a substância afeta todo o ecossistema: além dos oceanos ficarem extremamente poluídos, pequenos pedaços de plástico chegam ao organismo dos peixes, e, devido à cadeia alimentar, alcançam até mesmo os seres humanos. A tendência é que piore: conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2018, os oceanos recebem oito milhões de toneladas de plástico por ano. Por isso, um setor da sociedade buscar diminuir, cada vez mais, o consumo da substância.
Além de sustentável, a marca afirma que o produto incentiva uma melhor relação da pessoa com seu próprio corpo. A fabricante também o apresenta como opção para mulheres com alergias aos componentes dos absorventes descartáveis.
De acordo com a marca, em um ano usando as calcinhas, o consumidor deixa de usar 400 absorventes descartáveis – (Crédito: Sabrina Castro)
O QUE O ANAMARIA TESTA ACHOU?
Desde que assisti o documentário ‘Oceanos de Plástico’, na Netflix, decidi dar um ultimato quanto ao uso excessivo de plástico. Ainda assim, apesar de conhecer o coletor menstrual e ter tirado muitas dúvidas sobre ele, não me sentia preparada e confortável para usar o método. A solução, para mim, foi aderir às calcinhas, mesmo com o preço alto: o modelo mais barato custa R$ 59,90, sendo preciso considerar comprar no mínimo três unidades, para conseguir ir alternando durante o período menstrual.
Eu aprovei o produto já na primeira noite em que passei com ele. A calcinha é realmente muito confortável; dá até para esquecer que você está menstruada. Minha pele ficava bastante irritada com o absorvente de plástico, então o alívio do tecido de algodão também ajudou muito.
Apesar de ser necessário lavar a calcinha após cada uso, eu acredito que ela seja mais prática do que os companheiros descartáveis. É possível passar 12h com ela, contra as 6h máximas de um absorvente comum – claro, dependendo do seu fluxo. Ou seja: dá para colocar a roupa íntima antes de sair para trabalhar e trocar apenas quando chegar em casa. Isso já acalmou minha preocupação de ter de carregar por aí os produtos sujos – mesmo que a marca também venda uma bolsa impermeável.
Ainda recebi da marca um ‘saco’ para poder inserir as calcinhas na máquina de lavar sem danificá-las – brinde para todas as pessoas que realizam a primeira compra no site. Na verdade, toda a higienização do produto é cheia de contraindicações. Uma delas, por exemplo, é de só lavar em água fria – o que gera problema em dias mais gelados, sendo sincera. Todas essas especificações vem em um adesivo colado no fundo do produto.
Kit com 3 calcinhas básicas para fluxo moderado custou R$164 (Crédito: Sabrina Castro)
Outro ponto bem interessante é que, sim, eu tive uma outra visão da minha menstruação após aderir à calcinha. Devido às químicas dos descartáveis, parece que o sangue menstrual tem mau cheiro. Com ela, pude perceber que, na verdade, a menstruação te um odor de ferro, como qualquer outro sangue. Isso fez com que eu tirasse o estigma de que menstruar é algo ‘nojento’ e um ‘castigo’, tão reverberado pela sociedade.
O único ponto negativo que ressaltaria é que, com o tempo, ela acaba criando manchas. Afinal, a calcinha só pode ser lavada usando sabonetes neutros, e, desta forma, não é possível aderir produtos mais agressivos, sob a pena de danificar a absorção dos tecidos. Como o sangue é algo que mancha com muita facilidade, não consegui fugir das manchas depois de 6 meses de uso, mais ou menos.
VALE A PENA? Sim, considerando todo o conforto e impacto positivo para o ambiente.
QUANTO CUSTA? No site oficial da marca, um kit com 3 calcinhas básicas (uma parceria com a SempreLivre) para fluxo moderado em tamanho P custou R$164 (preço consultado em 29/07/2021).
COMPRADO OU RECEBIDO? Comprado.