Até algumas décadas atrás, era comum que as mulheres usassem uma espécie de toalhinha para absorver o sangue da menstruação. Graças ao bom Deus, conforme as tecnologias foram evoluindo, muitas novidades foram surgindo neste mercado, como os absorventes descartáveis, e – mais recentemente – os coletores menstruais.
Uma outra opção que vem se destacando é a calcinha menstrual, também chamada de calcinha absorvente. Sendo uma mulher com um fluxo mais intenso, sempre desconfiei da efetividade dela, pois imaginava que não iria conseguir segurar a “cachoeira”.
Felizmente me surpreendi, pois esses modelos de calcinha são feitos com tecidos tecnológicos de alta absorção, que se intercalam estrategicamente para garantir que o sangue não passe para o outro lado, dando uma super segurança. Além disso, têm um tecido antimicrobiano, que impede a proliferação de fungos e bactérias.
“No caso dos absorventes convencionais, o sangue reage com os químicos do absorvente e começa a entrar em decomposição enquanto ainda está em contato com a vulva. Já as calcinhas não abafam a região íntima e deixam a vagina respirar adequadamente”, explica Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da marca Inciclo.
Outra vantagem destacada pelas marcas que produzem esse tipo de produto é sua economia. Por ser lavável e ter a duração mínima de dois anos quando conservadas de maneira adequada, o item dispensa o uso de absorventes descartáveis. “Em média, as mulheres gastam quase R$ 10 mil com isso durante a vida, o que dá, aproximadamente, R$ 250 por ano. Usando a calcinha, a economia é de aproximadamente R$ 170 logo no primeiro ano”, garante Mariana.
Aqui ainda vale falar da sustentabilidade, pois absorventes comuns poluem em larga escala. Uma mulher tem em média 520 ciclos menstruais durante sua vida, o que representa um descarte de dez mil absorventes tradicionais. No mundo todo, estima-se que são 2,5 bilhões de mulheres que menstruam.
CONHECENDO O PRODUTO
Marcas Pantys e Inciclo possuem pequenas diferenças, mas resolvem do mesmo jeito. (Crédito: Vivian Ortiz)
Confesso que, por conta do fluxo intenso, nunca me animei para comprar uma calcinha menstrual, pois achava que não daria conta. Me enganei, mas precisei de dois ciclos para fazer uma resenha mais confiável.
A Inciclo me convidou para testar seu produto e enviou uma calcinha para fluxo moderado. Receosa, usei já no fim daqueles dias, quando o volume de sangue está mais suave. Foi bom porque perdi o medo dela -não, não vaza nada mesmo- só que faltava ver como seria quando a menstruação estivesse no auge. No ciclo seguinte, confesso que me empolguei e já tinha:
- 1 calcinha da Inciclo para fluxo moderado (enviada pela marca);
- 2 calcinhas da Pantys para fluxo moderado (ambas compradas diretamente na farmácia);
- 1 calcinha para fluxo intenso da Pantys; (que eu não gostei, porque a costura das pernas realmente incomoda)
- 1 shortinho absorvente para fluxo noturno (os dois últimos comprados no site da marca).
O QUE ‘ANAMARIA TESTA’ ACHOU?
Como você já deve ter percebido, adorei essa história de usar calcinha menstrual! Especialmente porque dá para ter um maior controle do seu fluxo, entendendo o quanto ele aumenta ou diminui no decorrer dos dias. Mas começo confessando que, no início, estranhei o tecido escuro da parte absorvente da calcinha. Acostumada em usar absorventes descartáveis, que são claros, me questionava como iria “ver” a menstruação daquele jeito.
Depois eu entendi que, muito provavelmente, isso serve para evitar que as consumidoras vejam o tecido manchado, visto que não é recomendado usar alvejante ou amaciante para lavar o produto. Neste quesito, a Inciclo sai na frente. Diferetemente da Pantys, ela tem um tecido levemente mais claro na parte absorvente. Na hora do uso, é totalmente possível entender se a calcinha está cheia ou não em qualquer uma das marcas, seja pelo peso e por ser possível ver a marca molhada no tecido.
As calcinhas, além de realmente segurarem a menstruação, são bastante confortáveis. Neste aspecto, a Inciclo perde um ponto por conta de uma costura atrás, marcando o fim da parte absorvente, que fica pegando ali no meio do bumbum. O acabamendo da Pantys é mais confortável nessa parte.
Acabamentos da Pantys e da Inciclo sãoum pouco diferentes. (Crédito: Vivian Ortiz)
Uma outra questão: como estou trabalhando em esquema de home office, para mim foi tranquilo trocar a calcinha e logo já lavar e colocar para secar no varal. Fiquei imaginando, porém, que seria mais complexo estar no escritório e fazer esse processo. E no friozão, então? Quando tem que tirar a bota, a meia calça e a calça para se trocar. Tudo naqueles banheiros coletivos, sabe? Dá, com certeza, mas é mais chato. Muito melhor trocar o absorvente descartável, sem todo esse processo.
Apesar do pessoal da Inciclo falar que é possível lavar a calcinha no chuveiro, enquanto a pessoa toma banho, eles não recomendam usar água quente. Então, se o tempo estiver frio, melhor ir para o tanque mesmo e lavar com água fria, sem alvejante ou amaciante.
VALE A PENA? De forma geral, amei a experiência e recomendo. Só fico receosa de ficar muito tempo fora de casa e não conseguir trocar. Conforme o uso, porém, acredito que você começa a entender o quanto tempo pode ficar com a calcinha antes de vazar. Também existem modelos para diferentes fluxos. Ainda gostei da parte de não gerar tanto lixo.
QUANTO CUSTA? A Calcinha Absorvente Inciclo sai por R$ 64,00 no site da marca. Já a calcinha básica da Pantys custa R$ 65,39 no site da Droga Raia.
COMPRADO OU RECEBIDO? Pantys (comprada), Inciclo (recebida).