Crônica da Xênia: O poder está nos lábios - Shutterstock

Crônica da Xênia: O poder está nos lábios

Certas palavras não deveriam ser banalizadas pela mídia, que só pensa na tal da audiência...

Xênia Bier Publicado em 28/09/2016, às 13h53 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

Acredito na vibração das palavras. Acredito que existem palavras boas e palavras ruins, que devem ser evitadas. Não fazer como o
avestruz, que esconde a cabeça na areia para não ver o que não lhe agrada. Mas, sim, ter a consciência de que seria bom evitar esta ou aquela palavra. Os meios de comunicação têm o péssimo costume de reforçar o negativo. Segundo eles, notícia boa não vende. Então, quanto pior o fato, mais se estica, espreme, repete até as palavras chegarem ao nosso inconsciente, que é o porão do nosso cérebro, onde se escondem as zonas sombrias. 
Acredito que o som de uma palavra pesada, negativa, pode acordar num pacato cidadão ou cidadã fúrias adormecidas. E, depois de passado o momento, a pessoa não entende o que aconteceu!
Duas palavras não me agradam e estão na boca das mídias. A saber: estupro e mulher espancada. Tenho para mim que são verdadeiras a indignação e providência da lei para punir canalhas, mas o que me incomoda é a leviandade da notícia, que, de tanto ser repetida, torna-se banal. Tais palavras deveriam ser faladas ou escritas com o peso da condenação, e não simplesmente mais uma degradação que dá audiência e vende jornal. Não vejo no sensacionalismo de palavras e de fatos o respeito à mulher. Ao contrário. Mais uma vez ela, mulher, é usada.
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