Conheça os erros mais comuns cometidos no cuidado com os bebês e saiba como evitá-los para garantir segurança e bem-estar
Guilherme Giagio Publicado em 29/11/2024, às 15h00
Quando um bebê chega à família, surgem muitas dúvidas sobre os cuidados necessários. Pegar chuva causa gripe? Andar descalço dá resfriado? Os questionamentos mais comuns são principalmente aqueles envolvem as dicas das mamães mais experientes da família.
Embora a resposta das duas perguntas anteriores seja negativa, ainda há quem acredite. Ao mesmo tempo, há fatos comprovados que ajudam a segurança e o bem-estar dos bebês. Mas, ao contrário do que muitos pais e cuidadores possam pensar, nem sempre o excesso de zelo é benéfico.
A neonatologista Gislayne Souza Nieto, professora do curso de Medicina da Universidade Positivo, ressalta a importância de buscar informações científicas sobre os cuidados com os recém-nascidos. “Informar-se sobre práticas seguras é essencial para criar um ambiente acolhedor e seguro para o bebê”.
Por isso, a especialista pontua seis erros comuns que as pessoas ainda cometem com recém-nascidos e como você pode evitá-los, e ressalta: "Ouvir a voz da experiência - e, principalmente, da ciência, nesse caso - garante um ambiente inicial mais seguro e acolhedor".
1. Excesso de roupas
O instinto de proteger os bebês muitas vezes leva pais a exagerarem nas roupas. Contudo, vestir camadas demais pode causar superaquecimento, o que é perigoso para os pequenos. O ideal é usar o mesmo número de peças que um adulto vestiria, mais uma camada extra.
"Assim, se a mãe estiver com uma calça e uma camiseta, o bebê ficará bem usando calça, camiseta e jaqueta, por exemplo", explica Gislayne. Além disso, é importante evitar exposições prolongadas ao sol, lareiras e aquecedores.
2. Objetos no berço
Cobertores, travesseiros e protetores de berço podem parecer inofensivos e até confortáveis e atrativos, mas representam sérios riscos. Qualquer item solto no berço pode causar sufocamento, especialmente em recém-nascidos que ainda não sabem se movimentar com segurança. A recomendação é optar por sacos de dormir em vez de cobertores. Esses itens funcionam como uma camada adicional de roupa e são mais seguros. “Nem mesmo os cobertores são indicados antes que a criança aprenda pelo menos a rolar", reforça a especialista.
3. Dormir durante a amamentação
O cuidado com os bebês requer muita atenção, o que pode levar muitas mamães à exaustão. Além disso, hormônios ligados à amamentação, como a prolactina, podem fazer com que elas fiquem ainda mais sonolentas durante a amamentação.
No entanto, a prática aumenta o risco de quedas e outros acidentes. Para evitar isso, Gislayne sugere o uso de uma poltrona de amamentação confortável e almofadas apropriadas, que ajudam a manter o bebê seguro enquanto a mãe descansa.
4. Deixar o bebê sozinho
Deixar o bebê desacompanhado durante breves momentos, como o o banho ou a troca de fraldas, para buscar outros objetos, por exemplo, é comum. Mas a prática representa perigo, já que o risco de afogamento e quedas é significativo.
“Muitos pais só descobrem que o bebê sabe rolar quando ele rola para fora do trocador, por exemplo. Estar o tempo todo por perto, garantindo a segurança e o conforto do bebê, é fundamental para que ele cresça com saúde", diz Gislayne.
5. Ignorar o choro
Deixar o bebê chorando para que ele "aprenda a se acalmar" é um erro baseado em crenças antigas. A neonatologista recomenda que nunca se deixe um bebê chorar de propósito. “Bebês não sabem se autorregular emocionalmente e não sabem ‘fazer manha’, como muitas pessoas ainda acreditam. Deixá-los chorar pode causar muito estresse nos pequenos, o que não é saudável.”
6. Fazer comparações
Comparar o desenvolvimento ou comportamento do seu filho pode gerar frustração e ansiedade nos pais. Cada criança tem seu ritmo de desenvolvimento, e isso deve ser respeitado. Consultar regularmente o pediatra e seguir suas orientações é a melhor maneira de acompanhar o crescimento de forma saudável.
Procure seguir as orientações do pediatra do seu bebê e só se preocupe se ele sinalizar que algo pode não estar bem. Do contrário, aproveite o tempo com seu pequeno, porque ele passa muito rápido”, finaliza Gislayne.
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