Cortar comprimidos pode trazer riscos à saúde. - Andrew Sotnikow | Shutterstock
Saúde

Conheça os riscos de cortar o remédio ao meio

Confira como a prática pode afetar a eficácia dos tratamentos e a sua saúde

Redação EdiCase Publicado em 22/03/2023, às 07h00

 

Há pessoas que costumam cortar o comprimido ao meio, seja para tomar a metade da medicação ou facilitar a ingestão. Contudo, esse tipo de prática é contraindicada. Além de prejudicar o tratamento do paciente, isso pode colocar a saúde em risco. 

Estudo sobre corte de comprimidos

Em um estudo divulgado pela Universidade Católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul, foi descoberto que, além dos riscos à saúde, isso pode provocar até intoxicação. O remédio analisado foi o diurético mais receitado para hipertensão no país. Durante os testes, foram partidos 750 comprimidos.

Em nenhum deles, as duas metades tinham a mesma quantidade do princípio ativo, que é a substância que age no organismo. A diferença, de acordo com a pesquisa, chegou a 15%, ou seja, um dos pedaços faz menos efeito que o outro.

O que diz a Anvisa?

De acordo com uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2003, os comprimidos revestidos, os medicamentos com liberação controlada, as cápsulas, as drágeas e as pílulas não podem ser partidos. Inclusive, essas são informações que devem constar na bula dos remédios.

Comprimidos cortados podem perder parte da eficácia (Imagem: fizkes | Shutterstock)

Por que dividir o comprimido ao meio prejudica o tratamento?

De acordo com o farmacêutico Ademir Valério, presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, os comprimidos partidos ao meio ou em 4 partes podem prejudicar o tratamento porque as partes após o corte não são idênticas, o que acarreta diferenças no conteúdo de medicamentos em cada uma das partes. Também há a possibilidade de haver perdas quando o comprimido “esfarelar”, não garantindo as doses de cada tomada.

Comprimidos que podem ou não ser divididos

Ainda segundo o farmacêutico Ademir Valério, os comprimidos sulcados, aqueles que têm uma marca no meio, teoricamente poderiam ser divididos se os usuários possuíssem um instrumento de corte específico para tal finalidade. Todavia, mesmo assim, a Anvisa não recomenda a quebra.

Comprimidos sem sulcos de forma alguma devem ser partidos. Comprimidos que são tecnicamente preparados pela indústria para liberarem os ativos de forma gradual (liberação controlada) também não podem ser partidos pelo fato de isso modificar a disponibilidade da substância química ativa. As drágeas, que têm camada rígida para proteção do conteúdo, não podem ser partidas, visto que tal ação compromete a integridade do medicamento da composição.

 
 
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