Pesquisas recentes revelam que triagens médicas padronizadas podem detectar traços de autismo em bebês já aos 20 meses; saiba mais
Marina Borges Publicado em 21/11/2024, às 18h40
Os primeiros meses de vida são decisivos para o desenvolvimento infantil, e a observação de comportamentos atípicos pode ser fundamental para um diagnóstico precoce. Identificar sinais de autismo em bebês permite que intervenções especializadas sejam iniciadas cedo, potencializando o desenvolvimento social, comunicativo e cognitivo. Pesquisas recentes da Drexel University revelam que triagens médicas padronizadas podem detectar traços de autismo já aos 20 meses, facilitando tratamentos direcionados.
A neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, reforça que a frase "cada criança tem seu tempo" pode atrasar diagnósticos e, consequentemente, as intervenções. Segundo ela, observar sinais específicos e buscar apoio médico são passos indispensáveis. "Quanto mais cedo começamos, melhores são os resultados no desenvolvimento da criança", afirma.
Embora o autismo seja uma condição única para cada indivíduo, alguns sinais são mais comuns e devem ser observados com atenção:
Bebês neurotípicos geralmente reagem a sons, especialmente aqueles vindos de vozes familiares ou barulhos altos. A ausência dessa resposta pode ser um alerta de autismo em bebês.
Crianças neurotípicas normalmente olham para a pessoa que as chama. A ausência dessa resposta em pelo menos 70% das vezes é um indício a ser investigado.
Enquanto bebês geralmente expressam alegria, surpresa ou desconforto, aqueles no espectro podem apresentar uma expressão neutra ou fixa, independentemente da situação.
Crianças com autismo frequentemente preferem brincar sozinhas e evitam interações físicas ou carinhosas com pessoas próximas.
Sons como "ba-ba" ou "ma-ma" são comuns em bebês entre 4 e 9 meses. A ausência dessas vocalizações pode ser um sinal precoce de atraso no desenvolvimento comunicativo.
Comportamentos como balançar o corpo ou bater a cabeça de forma repetitiva também são indicativos de autismo em bebês. Esses movimentos podem ser uma forma de autorregulação sensorial.
Segundo Bárbara Calmeto, a aplicação de ferramentas como o M-CHAT-R/F durante consultas pediátricas tem mostrado eficácia na detecção de sintomas do espectro, mesmo aqueles mais sutis. Além disso, intervenções precoces, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), são amplamente reconhecidas por promover melhorias significativas no desenvolvimento social e cognitivo.
"A intervenção precoce é o maior aliado para crianças com autismo. Quanto antes identificamos os sinais, mais rapidamente podemos ajudar a reduzir os déficits e aumentar habilidades essenciais", explica a neuropsicóloga.
O suporte familiar é indispensável para o progresso das crianças com autismo. Os pais devem participar ativamente do processo terapêutico, aprendendo estratégias para estimular interações e lidar com desafios comportamentais no dia a dia.
Bárbara Calmeto enfatiza que o ambiente familiar deve ser adaptado e acolhedor, promovendo oportunidades para que a criança desenvolva autonomia. "A família é a base do progresso. Quando há apoio e compreensão, as intervenções têm resultados ainda melhores", complementa.
Reconhecer os sinais de autismo em bebês é uma tarefa que exige atenção e conhecimento. Estudos indicam que o diagnóstico precoce, aliado a intervenções terapêuticas personalizadas, pode transformar a vida das crianças, proporcionando-lhes um futuro mais inclusivo e promissor. Ao perceber comportamentos atípicos, buscar orientação especializada é o primeiro passo para garantir o suporte necessário.
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