Pelé, que morreu em dezembro de 2022, e Preta Gil, estão entre as vítimas da doença. - Foto: Reprodução
PRETA GIL, PELÉ E MAIS!

Câncer colorretal: hábitos simples e exames de rotina podem evitar a doença

O câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil: de acordo com o INCA, foram 45 mil novos casos somente em 2023

Guilherme Giagio Publicado em 23/09/2024, às 12h45

O câncer colorretal afeta principalmente o intestino grosso (cólon) e o reto, surgindo a partir do crescimento anormal de células na parede interna desses órgãos. Também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer de intestino, é um dos tipos mais comuns da doença no Brasil. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023, mais de 45 mil novos casos de câncer colorretal foram registrados no país, atrás apenas do câncer de pulmão. No mundo, são 1,9 milhão de novos casos anuais, com 935 mil mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além dos números alarmantes, casos recentes ainda reacenderam o alerta. Pelé, falecido em dezembro de 2022, em decorrência às complicações do câncer colorretal, e Preta Gil, que amputou o reto no tratamento contra a doença, são dois exemplos emblemáticos. 

Pelé foi diagnosticado com o câncer colorretal em 2021, pouco mais de um ano antes de sua morte. Foto: Reprodução

 

Embora seja grave e comum, a prevenção é possível — além disso, é o principal caminho para lidar com o problema. E a prevenção passa por hábitos simples, como a adoção de uma vida mais saudável combinada aos exames de rotina, fundamental na detecção precoce.

O que é o câncer colorretal?

O câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos, lesões que crescem na parede interna do intestino grosso ou do reto. Nem todos os pólipos são cancerígenos, mas, ao longo do tempo, alguns podem evoluir para tumores malignos, em um processo que pode levar anos.

A nomenclatura da doença pode variar: é comum ouvir os termos "câncer de cólon e reto" ou "câncer de intestino", todos se referindo à mesma condição. No entanto, o nome mais técnico e amplamente utilizado é o câncer colorretal.

De qualquer maneira, a prevenção é sempre válida: e isso passa diretamente por alguns fatores de risco. Ainda que a causa exata do câncer colorretal não seja unânime, há fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento da doença. Entre os principais estão:

Os sintomas do câncer colorretal podem variar, mas é comum que a doença não apresente sinais evidentes em suas fases iniciais. No entanto, quando presentes, os sintomas incluem alteração no ritmo intestinal, como diarreia ou constipação prolongadas, sangue nas fezes ou sangramento retal, dor abdominal constante, perda inexplicada de peso, fadiga e fraqueza.

Vale ressaltar que esses sintomas também podem estar associados a outras condições menos graves, mas qualquer um desses sinais deve ser avaliado por um médico. A ausência ou variação dos sintomas torna a realização de exames de rotina ainda mais importantes.

Como evitar o câncer colorretal?

O mais comum é a colonoscopia, que permite a visualização do interior do intestino e a remoção de pólipos antes que se transformem em câncer. De maneira geral, a indicação é que o exame seja feito a cada 10 anos. Caso haja fatores de risco ou sintomas, a frequência pode aumentar.

Desde o diagnóstico, Preta Gil atua na divulgação de informações sobre o câncer colorretal. Foto: Reprodução/Instagram

 

Outro exame importante é o teste de sangue oculto nas fezes, que pode detectar pequenas quantidades de sangue não visíveis a olho nu, indicativo de possíveis tumores. Preta Gil, diagnosticada com câncer colorretal em 2023, já destacou a importância dos exames de rotina em entrevistas.

Além dos exames periódicos, hábitos simples podem fazer toda a diferença na prevenção do câncer colorretal. Um dos principais fatores é a alimentação. Adotar uma dieta rica em fibras, com frutas, verduras, legumes e grãos integrais, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença.

A prática regular de atividades físicas também é uma aliada poderosa. O sedentarismo está associado a diversos tipos de câncer, e manter-se ativo ajuda a controlar o peso corporal, fator diretamente ligado à incidência do câncer colorretal.

Outro ponto essencial é o abandono do tabagismo e a redução do consumo de álcool. Essas substâncias não apenas aumentam o risco de câncer colorretal, mas também estão ligadas a uma série de outros tipos de câncer.

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